7 de janeiro 2015

António Granadeiro (Barbinhas) há 64 anos barbeiro!

Com 14 anos começou a aprender, com o seu pai (Agostinho Granadeiro), que também era barbeiro, “nas horas vagas. Pois no dia a dia trabalhava no campo”, a arte de cortar o cabelo e fazer a barba.
António Granadeiro, que na freguesia é conhecido por Barbinhas, 78 anos, natural da Serrasqueira (Vila Velha de Ródão), mas há mais de 30 anos a residir em Cebolais de Cima, começou por trabalhar no campo, “pois naquele tempo era o que havia”, diz-nos. Após o namoro, a Srª Matilde passou a ser a sua esposa. Deste casamento, nasceram três filhos: Armindo, Maria dos Anjos e Manuel (sendo este último, um conhecido fotógrafo de Castelo Branco).
Em Cebolais de Cima, aldeia em que vive há mais de 30 anos, nasceram a Maria dos Anjos e o Manuel, trabalhou nas fábricas, “a última foi no José Ferreira de Matos Romãozinho”. Mas a arte de barbeiro, levou-o ainda a exercer funções, durante 21 anos, no Hospital Amato Lusitano (Castelo Branco) “ e já depois de reformado”, a meio-tempo, ou seja “trabalhava durante as manhãs, a cortar o cabelo e a fazer a barba aos doentes internados”, ocupação de que guarda boas memórias.
Como “sou do tempo em que em Cebolais de Cima e Retaxo tinham muitas fábricas, e havia trabalho para toda a gente, a minha barbearia tinha muitos clientes, o que hoje não acontece. Por dia, e é nos melhores dias, tenho um/dois, e por vezes nenhum”, diz-nos.
Para António Granadeiro, “isto é derivado a existir cada vez menos gente na freguesia, os idosos irem morrendo, e pouca gente vir para aqui morar”.
Na sua barbearia, em que a cadeira em que os clientes se sentam “era do Ti João Lopes (que foi barbeiro aqui em Cebolais), que por sua vez a vendeu ao Jacinto, que depois me a vendeu a mim, tem mais de cem anos”, os preços praticados são, o corte de cabelo a cinco euros e a barba a três euros, situando-se a mesma na Rua do Outeiro.
Com o avançar da idade, e a uma pergunta nossa se não gostaria de que alguém aprendesse a arte, António Granadeiro diz-nos “que já quis ensinar o meu neto Nuno, mas ele não quis aprender. Tenho pena, que quando eu já não puder exercer já não haja mais ninguém, mas, infelizmente, vai ser assim”, diz-nos o último barbeiro, “eu sou barbeiro, e não cabeleireiro”, referiu diversas vezes durante a conversa, da freguesia.
Que por muitos, e bons anos, continue ainda o Ti Barbinhas a cortar o cabelo!
José Luís Pires

07/01/2015
 

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