13 de abril de 2016

Celeste Capelo
INQUALIFICÁVEL

Poderá parecer estranho que hoje venha aqui, de certa forma, não defender o Sr. Dr. João Soares, mas contextualizar as suas palavras, com as quais não concordo, mas tentar compreender o que é neste momento a liberdade de expressão. O Dr. João Soares, escreveu essas palavras, que considero de pouco nível, mas escreveu-as num blogue pessoal, ou rede social, nem sei bem, nem interessa.
É certo que a posição social pública e/ou privada também deve ter em conta a contenção de palavras, e se elas são ofensivas há os tribunais para resolver esses assuntos. No entanto o Dr. João Soares é uma figura pública e acresce ser, ou ter sido, Ministro da Cultura.
Embora sejam pessoas que têm lugares públicos de responsabilidade, não deixam de ser cidadãos normais. Têm é que ter maior cuidado no que dizem e principalmente onde o dizem.
Lembram-se duns ministros que tiveram de se demitir, um porque contou uma anedota sobre doentes de hemodiálise tratados com água que estaria imprópria; outro ministro que em plena Assembleia da República fez um gesto pouco edificante para quem o fez, e com maior gravidade porque estava no local mais representativo do povo português, a Assembleia da Republica.
Ainda ontem fui ouvir o Dr. Manuel Alegre no Festival Literário, onde sempre esteve presente a defesa da liberdade de expressão, mas, daquilo que ouvi e que dele li, não encontrei impropérios.
Foi com grande satisfação que o ouvi defender a Língua Portuguesa, não no que respeita ao novo acordo ortográfico, mas falar na toada dos poemas, das crianças que logo no 1º ciclo deveriam ter contacto com a poesia, decorarem poemas e dizê-los em voz alta. Aí desenvolveriam a memória, aprendiam a toada, serviam de trava línguas etc.
Mas porque intitulo esta crónica de INQUALIFICÁVEL?
Fui ao antigo dicionário do meu tempo de liceu e procurei o significado desta palavra “inqualificável”. Nele se diz: Indigno, desprezível. E, esta palavra INQUALIFICÁVEL, referia-se a um artigo de opinião que saiu na Gazeta do Interior no dia 9 de Março.
Claro que se referia ao artigo e não à cronista que escreve este artigo de opinião. No entanto e, no contexto em que foi qualificado o artigo, as duas coisas não podem ser dissociadas.
Como qualquer cidadão podem e devem pronunciar-se, concordar ou discordar, mas no lugar que ocupam o cuidado tem de ser redobrado.
Esta palavra INQUALIFICÁVEL, foi dita na reunião pública da Câmara Municipal do dia 18 de Março e consta, na ata nº 8. Foi dita pelo vereador que presidiu à reunião em substituição do Sr. Presidente da Câmara que nesse dia estava ausente por razões devidamente justificadas e aceites. E é aqui que está a questão principal. Quem diz, o que é dito e sobretudo onde é dito.

13/04/2016
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
02/08 a 26/10
Barro e AlmaMuseu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco
06/08 a 14/09
O Vestido da minha vidaGaleria Municipal de Oleiros
10/09 a 30/09
Cores em movimentoBiblioteca Municipal de Proença-a-Nova

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video