CONHECER E POR A TRABALHAR EM REDE
João Borga coordena a rede nacional de incubadoras
O coordenador da Rede Nacional de Incubadoras, criada no âmbito do projeto Startup Portugal e cujo processo está em fase de implementação, vai acumular este cargo com a direção do Centro de Empresas Inovadoras (CEI) de Castelo Branco, onde já desempenhava essas funções.
João Borga, está atualmente a fazer o mapeamento das incubadoras existentes no País, onde já foram identificadas cerca de 70 e quer colocá-las a partilhar informação e conhecimentos entre si.
“O processo da criação da rede começou no início do ano. Não havia um mapeamento das incubadoras a nível nacional. Suspeitava-se que havia mais de 50. Neste momento, já temos identificadas cerca de 70. Isto indica logo um pouco o estado em que as coisas estão a nível nacional”, explicou.
Este responsável adianta que existem incubadoras no País de dimensões diferentes e com formatos organizacionais muito diferentes, de iniciativa municipal, associativa, com origem em empresas particulares e outras de âmbito internacional e local.
“Está tudo espalhado, é uma desorganização grande, não existe um perfil único de identidade. Portanto, os objetivos e as dinâmicas associadas a cada uma delas são, às vezes, muitos díspares, mas todas necessitam de fontes de informação comum e todas querem ter um papel ativo nas medidas que estão a ser tomadas e que os seus empreendedores tenham sucesso”, explica.
Contudo, sublinha que apesar de todas terem origens e formatos diferentes de funcionamento, há muitos objetivos comuns e muitas coisas partilhadas entre elas.
“O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, uma pessoa que vem das incubadoras, percebe muito bem quais são as necessidades e uma das coisas que encontrou, foi esta dificuldade de comunicação com as incubadoras”, adiantou João Borga.
“A ideia aqui é conseguir que os melhores ajudem os menos bons, e que se consiga elevar todo o nível do sistema”, disse.
O coordenador da Rede Nacional de Incubadoras explica que este é um trabalho que não se faz sozinho.
“Embora eu seja o coordenador, isto é feito em parceria com os diretores das outras incubadoras, ou seja, é uma rede e é precisamente assim que tem que funcionar. Já estou a trabalhar com colegas de Norte a Sul, para tentar definir como é que tudo vai ser implementado e organizado”, sustentou.
Após o arrumar da casa, João Borga adianta que foram lançados um conjunto de programas que tem como objetivo envolver mais as incubadoras nos processos e nos incentivos que lhes são direcionadas e aos seus empreendedores.
“Queremos trazer as incubadoras para junto da decisão, e que estejam envolvidas, sejam ouvidas e que tenham um papel ativo e, talvez até, torná-las embaixadoras da Startup Portugal para que isso difencie as melhores práticas”, concluiu.
Carlos Castela