Joaquim Martins
Aquele querido mês de agosto!
Aquele querido mês de agosto! – Não. Não vou falar do filme do Miguel Gomes. A situação caricaturada não mudou muito, mas já não é a mesma. Mas lembrei-me do nome, ao olhar para trás. Este mês de agosto foi tão estranho e tão trágico que dá para ter saudades de outros Agostos e dá que pensar!
Iniciámo-lo cheios de esperança. Havia Jogos Mundiais. E não, não eram os Jogos da Fome (ainda não chegámos lá!), eram os Jogos Olímpicos! O que significaria convívio, paz, harmonia, beleza, Um tempo diferente, com todos os olhares do mundo focados no RIO, na Aldeia Olímpica, sob a proteção do Cristo do Corcovado... A fruir a beleza dos espaços e o encanto do encontro e da competição fraterna. A saborear a emoção das medalhas, se possível. Se não, pelo menos, o gosto amargo-doce, dos momentos de tensão e luta. E a expectativa de uma trégua, nas guerras do Mundo!!!
Afinal não houve trégua olímpica e as guerras em curso (quer as reais, quer as políticas) continuaram…
O sol de agosto não faltou e encheu as praias, as piscinas e os festivais, mas as temperaturas atingiram níveis inesperados. Cá e por esse mundo fora. E não faltaram os incêndios. Trágicos e terríveis, aqui e na Madeira, mas também assustadores na Califórnia onde, mais de 80.000 pessoas, tiveram que ser evacuadas. E ao lado, na Luisiana, as cheias destruíram 40.000 casas e afetaram mais de 85.000 pessoas. E na Sibéria, a temperatura terá subido 18 graus, em relação ao habitual, o que está a provocar o degelo de massas glaciares… Talvez o facto tenha feito lembrar a Cimeira de Paris do ano passado e os compromissos assumidos pelos diversos países, em relação ao CLIMA!
E, quase a fechar o mês, o sismo em Itália com mais de 300 mortos…
Estranho mês, neste mundo louco… onde afinal também houve, pelo menos, um sinal animador. Hoje (escrevo a 29 de agosto) os colombianos viveram o primeiro dia de PAZ com Forças Armadas Revolucionárias (FARC) depois de 53 anos de luta!