15 de fevereiro de 2017

PRESIDENTES DAS CÂMARAS DE CASTELO BRANCO, IDANHA-A-NOVA E VILA VELHA DE RÓDÃO
Unidos contra o prolongamento da vida da Central de Almaraz para lá de 2020

Os presidentes das câmaras de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão, Luís Correia, Armindo Jacinto e Luís Pereira, respetivamente, estão unidos de modo a que não se concretize o prolongamento de vida da Central Nuclear de Almaraz, em Espanha, para lá de 2020.
A posição foi assumida pelos autarcas, quinta-feira, no decorrer de uma conferência subordinada ao tema Central de Almaraz, promovida pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB).
Na origem desta posição esteve uma questão lançada pelo presidente do Politécnico, Carlos Maia, na abertura do debate, ao perguntar se a Central de Almaraz “é para fechar ou não”.
Questão a que Luís Correia respondeu, ao afirmar que “não queremos o prolongamento de Almaraz”, porque, salienta, “sabemos os riscos que isso acarreta”. Luís Correia afirma que “o tema é atual, mas para nós é um tema muito antigo”, uma vez que, garante, “há muitos anos que identificamos estes riscos, que ganham agora dimensão com o armazém, com a ameaça do prolongamento de vida de Almaraz e do prolongamento do perigo”.
Perigos em relação aos quais assegura que “não podemos virar costas, embora estejamos conscientes das limitações que temos de decisão, de atuação”.
O autarca salienta que Almaraz “é um problema de nível nacional. Precisamos de o pensar dessa forma e alertar o País inteiro para essa realidade e não deixar pensar que é um problema regional e das comunidades que estão próximas da fronteira”.
Com base na “importância da informação”, Luís Correia também defende que “todos nós devemos influenciar e estar unidos, para tudo aquilo que pode ser feito contra esta realidade”, porque “não queremos o prolongamento de Almaraz”, não perdendo a oportunidade de sublinhar que “nós estamos muito mais alertas sobre esta realidade que as comunidades espanholas”.
Na mesma linha, Luís Pereira começou por realçar que “é irónico que num país que não fez opção nuclear, estarmos confrontados com a decisão de outro país”, referindo-se a Espanha.
Luís Pereira é da opinião que o prolongamento da vida da Central Nuclear de Almaraz “é uma decisão puramente económica”, considerando que esta situação origina “uma nódoa no relacionamento entre Portugal e Espanha” e defende que “não podemos deixar que o governo espanhol coloque o bom relacionamento e a segurança do nosso país em causa”.
O autarca Rodense, admite, no entanto, que em relação ao que se está a passar com Almaraz é um processo “difícil de travar e isso preocupa-me”.
Por seu lado, Armindo Jacinto também é da opinião que “esta é uma questão muito séria, que nos deve preocupar”, tanto mais que “resolvemos, e bem, não termos o nuclear e estamos a sofrer consequências devido a outro país”, concluindo que “é tudo negativo” da opção de Espanha.
Armindo Jacinto destaca que a Central de Almaraz, “para além de 2020 é um perigo bastante grande, bastante significativo. Para além de 2020 os riscos são muito sérios”.
O autarca defende que “enquanto opinião pública podemos fazer algo”, apesar de admitir que “até 2020 é difícil, mas para lá disso não faz sentido que a central exista”.
E nesta matéria alerta que “a construção do armazém é a intenção de prolongar a vida de Almaraz e não podemos deixar que a central funcione para lá de 2020”.
A conferência também contou com a participação de Joanaz de Melo, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que realçou que a construção do armazém “é o prelúdio para o estender de vida da central”, além de “haver também o risco, com a construção do armazém, de outras centrais enviarem para ali os seus resíduos”.
Na conferência participou também Paulo Marques, que é professor na Escola Superior de Tecnologia (EST) de Castelo Branco e estava prevista a participação do Comandante Nacional Operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Esteves, que, no entanto, não pôde estar presente.

15/02/2017
 

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