Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
Dia do Trabalhador – Os ecos do Dia irão marcar a semana. É que o 1º de Maio continua a ser, em quase todo o Mundo, um dia com um significado especial. É dia de lembrar os mártires e o percurso feito. É dia de luta. Dia de marcar a agenda sindical. Para os trabalhadores cristãos é também, desde 1955, o dia do patrono, instituído por Pio XII, S. José operário.
Os comícios, festas e desfiles vão voltar a mostrar as diferentes visões sindicais e as profundas divisões existentes no mundo do trabalho. Cada central, UGT e CGTP, vai apostar em deixar uma marca distintiva, embora haja uma temática em que coincidem. Ambas reclamam uma melhoria de salários.
A UGT escolheu, simbolicamente, Figueiró dos Vinhos para o convívio/festa e vai sublinhar essa componente nos cartazes: Festa dos trabalhadores e a palavra de ordem – Crescimento Emprego e + Justiça Social. Justificou a escolha como um gesto de solidariedade. A CGTP comemora em Lisboa, como habitualmente, acentuando a ideia de luta: “Expressa na rua as tuas reivindicações” e propondo o slogan: Lutar pelos Direitos Valorizar os Trabalhadores Por melhores condições de trabalho e a rejeição do Programa de Estabilidade que “não responde às necessidades do País”. Apresenta ainda um amplo caderno reivindicativo “Por um Portugal com Futuro” que mais não é que o programa político do PCP e do BE.
O 1º de Maio, qualquer que seja a forma de celebrá-lo, deverá ser sempre um dia marcante para os trabalhadores. Sejam ou não sindicalizados. Para lembrar a importância e a dignidade do trabalho. Para chamar a atenção, como diz o Papa, para a urgência de “Um modelo de desenvolvimento que tenha em conta a dignidade humana e que respeite as normas sobre o trabalho e o meio ambiente” ou para relembrar alguns aspetos da doutrina social da Igreja que o Papa Francisco traduziu de uma forma clara “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.