30 de maio de 2018

Celinha
CARTA ABERTA DA CELINHA À DIRETORA DO CLUBE DE LEITURA

Senhora diretora do clube de leitura:
Então faltou ao encerramento do Festival Literário de Castelo Branco? Caramba! Olhe que até eu lá fui! Escrevo-lhe porque sei que é a chefe do clube dos leitores na casa da leitura e como eu não gostando muito de ler até gosto muito de escrever escrevo-lhe.
Disse-me uma mosca da biblioteca que aí vocês gostam de repetir a dose isto é ler e ler. Cá para mim vocês sois mas é uns grandes teimosos até porque não conheceis outra coisa que não seja fazer sessões de leitura. Bastava uma e pronto tava lido! Ó pá façam sessões de escrita que faz menos barulho pá. Tudo bem ok pá se vocês gostam de sofrer sofram e de rir ou assim sem mais nem menos riam. Como se o tempo estivesse para risotas. Mas não adianta. Eu não vou nem que me convidem e não me convidaram mas também não vou nem que me obriguem e se me obrigarem vou de helicóptero que é para lhe passar por cima que lá não há onde o poisar.
Eu também gosto mais de ouvir e por isso fui ouvir a Pilar do Rio sabe a mulher do Saramago que eu já li o livro dele da Maior Flor do Mundo. Li obrigaram-me a ler!
Eu sou muito teimosa sabe? Ler é uma chatice é assim como ir a Espanha.
Ainda há pouco tempo me quiseram levar à Espanha e eu disse que não ia nem que tivesse que andar sempre de avião só para lhe passar por cima. Isto tudo só porque da última vez que lá fui com a minha família passei mal e mal no comboio até Badajoz e no caminho pegamos uns espanhóis e tudo que falavam pelos cotoveis. O meu pai passou-se da cabeça e a certa altura já tava mesmo passado e passámos num túnel. Foi lindo. Ouviu-se um tráque e trás e p…rra e m…da e pior que os espanhóis são muito malcriados.
O espanhol estava ao lado duma loiraça que tinha cá um decote daqueles onde se lhe via quase o umbigo e que estava em frente duma nova gorda com uma saia arrepanhada e que ao cruzar as pernas se le via tudo o que tinha vestido. O espanhol só olhava pró decote da loira e quando levou o chapadão pensou que tinha sido a loira que lho dera no túnel. A loira ao ver a cara do espanhol toda vermelha pensou que o gajo se enganara e se encostara à gorda que lhe deu o chapadão mas a gorda pelo ar de gozo que tinha deve ter pensado o mesmo em relação à loira e que levou o chapadão merecido. O espanhol inda meio atordoado pensou que fora o meu pai o culpado de tudo e que a loira se enganara e lhe dera o chapadão a ele. Ora foi então que o meu pai disse à minha mãe que nunca mais chega outro túnel para ele voltar a dar mais um chapadão no chato do espanhol. Essa é que foi! Eu cá até nem me importei muito com a coisa porque o ano passado quando fizemos uma visita de estudo lá eles fartaram-se de gozar com a malta sempre aos olés não é?
Por isso é que eu não acho piada a repetir a dose da leitura não sei se está a ver? Está a ler? Com a mania das repetições das leituras até parece que a senhora diretora apanhou a mania dos espanhóis em nos invadirem mais do que uma vez não sei lá muito bem para quê se levam sempre na cabeça não é? Os espanhóis é claro.
Será que a doutora também é masoquista ou assim e gosta de levar na cabeça como aquele barrigudo que andou a ler o que era meu?
Ah é verdade sabe como se chamava a espanhola gorda? Flor. A maior flor do mundo digo eu a rir.
Desculpe eu não usar as vírgulas e os outros sinais de trânsito das palavras mas eu já estou a usar a cor do ortográfico e tudo. Por isso deixe-se de tretas e olhe aproveite o tempo para escrever ou então vá até à Espanha. Saúde e bichas e dinheiro para trocos ou torrões dalicate ou dalicante ou lá do que é e donde são os torrões que vendem na nossa romaria.
Agora passei a ser eu a escrever na quinta semana dos meses que a têm em vez daquele chato do José Dias Pires.

30/05/2018
 

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