João Belém
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR …..
A perceção do desconhecido é a mais fascinante das experiências.
O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso
passará pela vida sem ver nada.
Albert Einstein
No ano escolar de 2017-2018 foi autorizada, em regime de experiência pedagógica, a implementação do projeto de autonomia e flexibilidade curricular dos ensinos básico e secundário, sendo aprovado para a sua regulamentação o Despacho nº 5908/2017 de 5 de julho
Mas no que consiste a flexibilidade curricular?
Não querendo ser exaustivo passo a salientar alguns itens enumerados no referido despacho, que devem orientar as unidades orgânicas que inicialmente aderiram à experiência pedagógica:
“A conceção, operacionalização e avaliação das aprendizagens do currículo dos ensinos básico e secundário, no âmbito do projeto, subordinam-se aos seguintes princípios orientadores:
1- Promoção da melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem,
2- Concretização de um exercício efetivo de autonomia curricular, possibilitando às escolas a identificação de opções curriculares eficazes e em consonância com a especificidade do projeto educativo e do plano de ação estratégica
3- Garantia de uma escola inclusiva, cuja diversidade, flexibilidade, inovação e personalização respondem à heterogeneidade dos alunos, eliminando obstáculos de acesso ao currículo e às aprendizagens, adequando estas ao perfil dos alunos;
4- Valorização da gestão e lecionação interdisciplinar e articulada do currículo através do desenvolvimento de projetos que aglutinem aprendizagens das diferentes disciplinas, planeados, realizados e avaliados pelo conjunto dos professores de cada conselho de turma ou de cada ano de escolaridade;
5- Assunção da importância da natureza transdisciplinar das aprendizagens, da mobilização de literacias diversas, de múltiplas competências, teóricas e práticas, promovendo o conhecimento científico, a curiosidade intelectual, o espírito crítico e interventivo, a criatividade e o trabalho colaborativo;
6- Promoção da educação para a cidadania e para o desenvolvimento ao longo de toda a escolaridade obrigatória;
7- Valorização do trabalho colaborativo e interdisciplinar no planeamento, realização e avaliação das aprendizagens;
8- Reconhecimento da importância da avaliação externa e de outras modalidades específicas de avaliação que convoquem entidades externas, para efeitos de certificação e prosseguimento de estudos no final do ensino básico e do ensino secundário;
9-Reconhecimento dos professores enquanto agentes principais do desenvolvimento do currículo, com um papel fundamental na sua avaliação, na reflexão sobre as opções a tomar, na sua exequibilidade e adequação aos contextos de cada comunidade escolar.”
Após a aplicação da experiência no último ano efetuada em apenas cerca de 230 escolas a nível nacional que reter?As opiniões dividem-se, pois, cada escola é uma realidade diferente e os seus intervenientes, neste contexto, alunos, professores e pais manifestam opiniões muito diversas pois há quem valorize a liberdade na forma de ensinar e quem reprove o corte de temas que considera importantes.
Mas depois de auscultar muitos dos intervenientes atras referidos posso dizer-vos que esta mudança dá mais liberdade aos professores porque permite que eles sejam capazes de melhor gerir o programa tendo em conta os alunos que têm, as escolas onde estão inscritos e as ocorrências que vão surgindo e os alunos vão poder ganhar mais maleabilidade intelectual, criatividade e capacidade de lidar com a insegurança.
Toda a implementação deste projeto só terá o êxito desejado se houver um envolvimento de toda a comunidade educativa pois só trabalhando em equipa será possível construir algo de importante para o futuro dos nossos alunos