O meu conterrâneo Jota Dê Pires está para fora do país e eu aproveito para ser oportuna e mostrar que sou muito inteligente.
Agora que o ano letivo está a começar é que eu me havia de começar a chatear na escola. Então não é que a minha professora de matemática que é formadora dos outros professores de matemática me deu uma negativa depois de eu ter resolvido um problema que ela nos tinha desafiado a resolver?
Eu conto: tínhamos de resolver um problema à nossa escolha que tivesse lá dentro as quatro operações como acontece no orçamento do estado. Tudo bem. Eu que até gosto de política e de matemática armei-me em Centeno e usei-as todas todinhas e ela deu-me uma negativa! Para agradar ao António Costa, ao Jerónimo de Sousa e à Catarina Martins chamei-lhe o problema do caracol da geringonça cor-de-rosa a dar para o vermelho.
E era assim: a Ritinha Cristas que é prima da outra Cristas que é famosa arranjou um caracol cor-de-rosa a dar para o vermelho no quintal da avó dela e trouxe-o para a escola. Foi aí que eu lhe fiz uma proposta: Vendes-mo? Não que ele é muito bonito. É bonito mas é da cor do partido do qual a tua prima não gosta nada. Vendes-mo ou não? Sendo assim vendo! E quanto custa? Cinco chuingas! Cinco chuingas? Sim, cinco pastilhas de morango e é se queres! E eu quis! Andei uma semana inteira sem fazer balões de pastilhas para lho comprar! O resto dos meus colegas de turma também lho queriam comprar mas ela tinha-mo prometido e népia não foi na conversa. Eu cheguei-me ao pé dela e disse: Vamos ao negócio? Está bem. Toma lá as chuingas! Esta bem! Dá-me agora o caracol. Trago-o amanhã! Está bem. No dia seguinte chegou-se ao pé de mim e disse: temos um problema! Então o caracol mudou de cor? Não sabes? Eu não! Mudou? Não! Ainda bem! Ainda mal! Ainda Mal? Sim o caracol morreu! Então devolve-me as pastilhas! Não posso já as comi! Tudo bem então tão dá-me o caracol na mesma! E o que vais fazer com ele? Vou rifá-lo! Essa é boa! Rifar um caracol morto? Pois! Só eu e tu é que sabemos que ele está morto! E rifei-o junto dos meus vinte e sete colegas da turma. Cada rifa valia uma pastilha! Depois sorteei-o. Calhou ao David!
E ele quando agarrou no caracol disse-me: ó pá o caracol está morto! Ai está? Sendo assim não quero que fiques prejudicado. Toma lá a pastilha da rifa! Depois fui para casa e pus-me a pensar e a pensar e foi só depois que inventei o problema com as quatros operações.
Explico: Para adicionar um caracol à minha coleção foi preciso subtrair cinco pastilhas ao meu hábito. Depois dividi o prejuízo pela turma e multipliquei mesmo assim o meu lucro: gastei cinco, ganhei vinte, paguei uma e ainda me sobram dezanove pastilhas. Ora dezanove menos cinco é igual a catorze. Foi assim que eu resolvi o problema do caracol da geringonça cor-de-rosa: para cinco pastilhas de despesa, catorze pastilhas de lucro! Menos de deficit zero!
Então não é que professora me deu uma negativa! Vou mandar duas cartas a contar tudo isto: uma ao primeiro ministro para ver se ele me quer como assessora do ministro das finanças e a outra ao ministro da educação que é ainda um rapaz novo mas se calhar já não se lembra de resolver problemas com as quatro operações lá dentro. Pode ser que ele queira fazer o mesmo com a contagem do tempo de serviço dos professores isto é usar as quatro operações. Servia para dar uma lição de matemática ao senhor do sindicato que gosta mais de meteorologia e usa muito bem as quatro estações porque é professor do primeiro ciclo e aqui há muitos muitos anos quando ele ainda dava aulas e antes de entrar em greve permanente como chefe do sindicato as quatro estações era para se saberem de cor e salteado. Então não estão aperceber a piada? Ele usa as quatro estações do ano para manter os professores entretidos a fazer greves e depois espera que o governo meta água. Nem um nem o outro resolverão os problemas deles nem eu deixo de ter a minha negativa mas ao menos se a água der para chover ainda acabam com a seca e também não fazem greve porque se podem constipar e assim.
Até à próxima.

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