PELA MÃO DA REAL ASSOCIAÇÃO DA BEIRA INTERIOR
Silva Tavares regressa a São Fiel
A Real Associação da Beira Interior e a Junta de Freguesia de Louriçal do Campo organizaram, dia 14 de outubro, uma palestra subordinada ao tema Vida e Obra de Joaquim da Silva Tavares S. J., que teve como orador convidado o historiador e professor António Manuel Silva, conterrâneo e estudioso de Silva Tavares.
Na sessão foi recordado que o padre Joaquim da Silva Tavares nasceu em São Bento, na Freguesia de Cardigos, Concelho de Mação, em 1866, e faleceu em Paris, em 1931. Oriundo de uma família de pequenos e humildes agricultores, a sua inteligência e qualidades excecionais levaram-no a seguir os estudos junto da Companhia de Jesus, tendo sido ordenado sacerdote daquela congregação.
Além de ter estudado filosofia e teologia, tinha uma enor me paixão por física, química, ciências naturais, fotografia, astronomia… Pelas ciências naturais. Viveu em Portugal, Bélgica, Espanha, França, Argentina, Brasil e Áustria. Falava e escrevia fluentemente em vários idiomas entre os quais o latim, o grego, o português, o espanhol, o francês e o alemão. Car digos erigiu-lhe um busto, na maior praça de vila, em 1978.
Durante a palestra, o orador referiu a importância e atualidade do pensamento e da obra de Silva Tavares chamando a atenção para as suas várias dimensões: a religiosa, a bairrista, a pedagógica, a científica e a social.
Referiu que Silva Tavares foi uma figura cimeira na história das Ciências em Portugal e na Europa na primeira metade do Século XX e ajudou a elevar o Colégio de S. Fiel à categoria de escola de excelência, recordando que foi ali que nasceu a conhecida e prestigiada revista Brotéria, em 1902, precisamente com o impulso de Silva Tavares.
O orador destacou também o trabalho pedagógico e a prática didática daquele sacerdote jesuíta sempre motivado pelo grande objetivo da formação global dos jovens e pela harmonização entre a Ciência e a Fé.
Tratou-se de um regresso figurado de Silva Tavares ao Colégio de S. Fiel de onde havia fugido depois da Implantação da República, em 1910.