COMO JÁ ERA EXPECTÁVEL, no dia 28 de outubro os Brasileiros entregaram-se nos braços de um homem que lhes promete segurança com a liberalização da posse de armas e práticas policiais sem travão e que foi eleito sem ter enfrentado uma única vez em debate os seus adversários políticos. Mais uma vez se constatou a cada vez maior influência das redes sociais, sem a possibilidade de confronto de ideias e terreno fértil para a informação manipulada e falsa. Um problema que a sociedade democrática tem mesmo de enfrentar e pode o Facebook fechar contas difusoras das fake news, que o mal já está plantado e mil vezes partilhado. Bolsonaro, na utilização das redes sociais como noutras coisas é um imitador de Donald Trump e já se sabe que pior que o original são as imitações. Todos os democratas se devem preocupar com o Brasil, todas as atenções estão centradas nas palavras e atos do novo presidente. E uma das primeiras medidas, o convite, aceite, do juiz Sérgio Moro para ministro da justiça vem reacender a desconfiança dos verdadeiros interesses do juiz no combate à corrupção endémica no Brasil, obsessivamente centrada na figura de Lula da Silva e em tudo o que cheirasse ao Partido dos Trabalhadores.

COM AS POMPAS E CIRCUNSTÂNCIAS DEVIDAS, a maior parada militar dos últimos 100 anos lembrou o centenário do Armistício, que com a capitulação alemã, marcou o fim da I Guerra Mundial, onde Portugal participou por pressão do aliado inglês e para defesa das nossas colónias. A participação no conflito com cerca de 100.000 soldados muito mal preparados e equipados, com fardamentos desadequados ao teatro das operações, num contexto de grande turbulência política em Portugal, deixou os nossos soldados quase ao abandono e teve como epilogo dramático a batalha de La Lys onde morreram muitos milhares de soldados Portugueses naquele que foi um dos mais cruentos e dramáticos episódios da nossa história. Por isso, todas as homenagens serão poucas para lembrar a memória daqueles homens que deixaram as suas lavouras, as suas famílias para serem assim sacrificados ingloriamente.

UMA EXCELENTE NOTÍCIA é a reativação da linha sénior SNS 24 a partir de dezembro. Para já apenas em dois agrupamentos de centros de saúde, prevendo-se o contacto de mais de 60 mil idosos para avaliação das suas fragilidades, em especial solidão, a que se seguirá um acompanhamento regular dos mais vulneráveis, em articulação com os serviços de saúde primários. Uma iniciativa muito louvável, para que não se diga que este País não é para velhos.

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