7 de novembro de 2018

XXX JORNADAS DE ESTUDO MEDICINA NA BEIRA INTERIOR – DA PRÉ-HISTÓRIA AO SÉCULO XXI
Trinta anos a celebrar Amato Lusitano

Castelo Branco foi o palco, em 1988, da primeira edição das Jornadas de História da Medicina na Beira Interior. A iniciativa pretendia apenas a confirmação da importância da figura do médico judeu Albicastrense João Rodrigues de Castelo Branco, o Amato Lusitano da ciência médica europeia do Século XVI.
O poeta e antigo diretor do Museu Tavares Proença Júnior, António Salvado, e o médico António Lourenço Marques, foram os criadores e têm sabido manter viva este referente das reuniões científicas em Portugal.
As Jornadas, numa notável continuidade temporal, alimentam, anualmente, os resultados das investigações mantendo uma publicação, os Cadernos de Cultura Medicina na Beira Interior, com o objetivo de continuar o estudo de aspetos que permitam aprofundar o conhecimento da realidade cultural da Beira numa perspetiva interdisciplinar, no quadro das ciências humanas, em todas as suas ramificações e não apenas no que à Medicina se refere.
São uma reunião humanista.
Cumpridas que estão quase 30 edições, a figura de Amato Lusitano encontra-se longe de estar esgotada, tal a sua fortuna e exemplaridade para a história da ciência e da cultura europeias.
As Jornadas possibilitaram que Castelo Branco se afirme como a capital da história da Medicina nacional, realidade que tem vivido muito do apoio da Câmara de Castelo Branco.
Em três décadas já afluíram à cidade, sempre no segundo do fim de semana de novembro, os maiores especialistas e investigadores ibéricos da história da Medicina, transformado o encontro num traço de união ente várias instituições de investigação universitária.

Sempre Amato
Amato Lusitano centraliza as Jornadas. O Albicastrense que está presente no nosso dia a dia através da sua estátua e dá nome a um Hospital, a uma Escola Secundária, a uma rua e a uma associação, em Castelo Branco, pertence à galeria dos médicos Portugueses de origem judaica que, compelidos a abandonar o País por via da intolerância e das perseguições étnico-religiosas de então, fizeram no estrangeiro brilhar bem alto o nível da Medicina lusa, tratando reis, papas e a nobreza europeia.
Tendo nascido em Castelo Branco, em 1511, estudou Artes e Medicina em Salamanca, Espanha. Regressado a Portugal, sob a iminência da instalação da Inquisição fugiu para Antuérpia, à semelhança de muitos outros judeus Portugueses.
Depois, sempre por razões da sua origem e fé matriciais, tornou-se um judeu errante. Refugiou-se em Ferrara, Ancona, Pesaro e Ragusa, mas terminaria os seus dias em Salónica, então sob domínio do Império Otomano, onde os judeus eram bem acolhidos e podiam praticar livremente a sua religião.
Foi empenhado médico humanista, “um dos maiores clínicos Portugueses de sempre”, no dizer do historiador Joaquim Veríssimo Serrão.
Deixou obra escrita de grande envergadura como as suas Sete Centúrias de Curas Medicinais, textos do nível mais alto de Medicina Clínica experimental e filosófica do Século XVI, na opinião de especialistas.
António Tavares

07/11/2018
 

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