Bloco de Esquerda quer respostas sobre a Linha da Beira Baixa
Os deputados Heitor de Sousa e Ernesto Ferraz, do Bloco de Esquerda (BE), apresentaram na Assembleia da República, algumas questões dirigidas ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, por causa das obras da Linha da Beira Baixa.
Os deputados bloquistas recordam que “no âmbito do plano do Governo para a modernização das principais linhas ferroviárias do País, o Ferrovia 2020, decorrem, desde final de 2017, obras na Linha da Beira Baixa, para a reabertura do troço entre Covilhã e a Guarda, encerrado há mais de 10 anos, e cuja abertura estava prevista para outubro de 2018”.
Relembram também que “na Guarda, a Linha da Beira Baixa fará ligação com os comboios internacionais, via Vilar Formoso” e adiantam que “a modernização e eletrificação de 46,5 quilómetros de via entre as linhas da Beira Baixa e da Beira Alta representam um investimento previsto de 85 milhões de euros. A empreitada integra a construção da chamada Concordância das Beiras, com a construção de 1,5 quilómetros de via única, incluindo uma nova ponte sobre o Rio Diz, com 237,8 metros”.
No documento pode ler-se que “no dia 9 de julho de 2018, o ex-ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, e o presidente da Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, acompanhados de autarcas da Região, efetuaram uma visita às obras de modernização na Linha da Beira Baixa, referente ao troço Covilhã-Guarda. O projeto de requalificação do troço prevê a renovação e eletrificação total da via, a remodelação das estações, a automatização e supressão de passagens de nível, a reabilitação de seis pontes metálicas centenárias, a execução de sistemas de drenagem e de trabalhos de estabilização de taludes e a instalação de sinalização eletrónica e telecomunicações. Na linha vão poder circular comboios com 600 metros de comprimento, além de estar prevista a futura migração para a bitola que permita a interoperabilidade ferroviária com Espanha e o resto da Europa”.
Os dois deputados realçam que, “na altura, os presentes concordaram no terreno que as obras estavam a ir a bom ritmo, mas o que vemos agora são obras demoradas com um atraso de, pelo menos, um ano, colocando em risco até o próprio anúncio de que a linha da Beira Baixa, troço Covilhã-Guarda, seria reaberto no ano 2019”.
Por isso os deputados pretendem saber “qual é o ponto de situação nas obras em curso na linha Beira Baixa, troço Covilhã-Guarda; verificando-se um atraso significativo nas obras, qual a razão para tal atraso, sendo certo que a sua conclusão estava calendarizada no cronograma inicial do Ferrovia 2020 para setembro de 2018; qual a data prevista para a abertura do troço Covilhã-Guarda; após a conclusão das obras até à Guarda, como vão ser as ligações ao Norte do País, nomeadamente para Pampilhosa-Coimbra e para Aveiro-Porto, via Linha da Beira Alta e que benefícios poderão ter nas acessibilidades nas regiões do Interior Centro as obras que irão decorrer na Linha da Beira Alta e na Linha da Beira Baixa, incluindo nas ligações a Espanha, aquando da sua conclusão”