Edição nº 1639 - 20 de maio de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

FOI DECRETADO O FIM DO CONFINAMENTO a que se sujeitou Portugal quase inteiro, e pouco a pouco entre alívio e algum medo à mistura, foi ver este fim de semana e início de semana, as ruas a ficarem já animadas, as praias a serem aproveitadas com meia enchente, enquanto não abre a época balnear com regras mais ou menos rígidas de usufruto comum. Já pudemos aproveitar o sol, que finalmente neste mês de maio chuvoso parece ter vindo para ficar, em amena cavaqueira nas esplanadas espalhadas pela cidade. As escolas voltaram a ter vida mesmo que aqueles que são a razão da sua existência ainda não estejam lá na totalidade e é motivo de otimismo voltar a ver jovens na rua com livros debaixo do braço. E foi bom ver como os cidadãos, respeitando as regras básicas de segurança, estão disponíveis e suficientemente confiantes para relançar a vida do pequeno comércio, dos cafés e restaurantes, que estiveram em vida suspensa durante mais de dois meses. Falta saber se todos terão tido resistência para este estar em apneia durante tanto tempo. Terminou o período de confinamento para os cidadãos e também para a política, com a oposição a dar um ar da sua graça, a marcar uma presença crítica, essencial para a democracia, essa crítica que esteve em suspenso durante estas semanas mais dramáticas da luta de todos contra o vírus. Já se perdeu, natural e saudavelmente, a unanimidade e não admira que lideres como Rui Rio venham à praça a exigir conhecer todos os pormenores dos ajustes diretos na aquisição de material de proteção com custos que somam muitos milhões. O processo de aquisição foi ditado sem dúvida pela urgência em dotar o SNS de todos os meios de proteção aos profissionais e utentes e temos de compreender que há três meses ninguém esperaria por esta crise sanitária que nos bateu à porta. Mas esperamos todos que o processo se tenha pautado pela transparência e sem amiguismos. E para animar a cena ainda tivemos o momento de suspense e cheirinho a crise política onde os protagonistas foram o Marcelo, Costa e Centeno e Rui Rio o compare a exigir a demissão do ministro. Que não aconteceu, obviamente. Foi um marcar de agenda para os telejornais que deixaram de ser a cem por cento dedicados ao Covid-19, vejam lá que até já o futebol falado regressou à televisão. Vamos confiar que estamos no bom caminho para o regresso à normalidade, respeitando as recomendações para a proteção da saúde de cada um e a dos outros.

20/05/2020
 

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