Edição nº 1648 - 22 de julho de 2020

Carlos Semedo
ATÉ JÁ

Esta minha crónica será a última por um período previsível de cerca de um ano. Tal como há cerca de três anos, quando assumi a minha candidatura, como independente, nas eleições autárquicas, entendo que mesmo considerando a natureza dos meus textos, não devo continuar a escrever regularmente num órgão de comunicação social da região. Ao assumir o cargo de vereador no Executivo Municipal, há fronteiras que o meu sentir ético estabelece, mesmo que legalmente não haja impedimento.
A minha actividade nos últimos dez anos esteve centrada na programação e produção cultural, no concelho de Castelo Branco. Primeiro, a partir do convite feito pelo então presidente Joaquim Morão. Depois, já com Luís Correia na presidência da Autarquia, duas fases distintas, quatro anos de continuidade do trabalho realizado e mais recentemente, a partir de 2017, quando assumi o papel de assessor para a área da Cultura, depois de não ter sido eleito. Foram diversas as situações nas quais assumi momentaneamente o papel de vereador em exercício, sobretudo em reuniões do Executivo, públicas e privadas. Foram anos de grande dedicação e aprendizagem. Foram anos associados ao privilégio de conhecer cada vez melhor a nossa comunidade e a sua história, de partilha de realizações e frustrações.
Esta minha despedida, aqui na Gazeta do Interior, poderá ser um até já, mas entendo que neste momento devo partilhar convosco que tive em Luís Correia uma pessoa, um presidente que acreditou nas minhas capacidades, que confiou dando autonomia e responsabilidade. Soube respeitar as diferenças, quando não estávamos de acordo e estimulou o meu crescimento enquanto aprendiz de homem na polis. A minha gratidão é ainda maior, porque reconheço que trabalhar como o fez nos últimos dois anos, não é nada fácil. Erros e lapsos, todos nós cometemos e claro que quem assume cargos desta natureza, é sujeito a um escrutínio amplo e exigente. Acho sumamente importante o estado de direito, sobretudo o democrático, e acredito que ele deve salvaguardar a possibilidade de o cidadão usar as ferramentas disponíveis (nem todos o poderão fazer, mas isso é outra conversa) para em contraditório tentar fazer valer a sua perspectiva. Neste processo que leva à saída de Luís Correia da presidência do Município, as decisões apontaram sempre na mesma direcção, mas sempre senti que nenhum dos pressupostos que me levaram a aceitar ser candidato independente estava a ser ferido.
Agora que Luís Correia vai sair e eu vou assumir responsabilidades acrescidas perante os que fazem parte da nossa comunidade, fica a minha gratidão, o meu Bem Haja e envio um forte estímulo para os caminhos que vier a percorrer. Quanto aos futuros colegas vereadores, funcionários da Autarquia e cidadãos, espero estar à altura da responsabilidade.

22/07/2020
 

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