Alfredo da Silva Correia
TEIA DE INTERESSES E AS NOSSAS DIFICULDADES - IMBECILIDADES
Tenho referido em artigos anteriores que no âmbito do processo de autodestruição da democracia os incapazes querem, progressivamente, tomar conta do poder, o que se irá acentuar, assim o penso. De facto até deparo, por vezes, com atitudes e afirmações de certos responsáveis que revela bem as suas limitações para bem gerir o quer que seja, o que está em crescendo, razão pela qual corremos sérios riscos em virmos a ser confrontados com dificuldades de monta.
Por exemplo, no meu concelho, tenho deparado recentemente com afirmações referindo que existe, no mesmo, uma teia de interesses, repetindo-se esta afirmação como mote de uma campanha para se ganhar o poder, mas sempre sem nunca precisar o quer que seja, eventualmente para que se não sujeitem a um processo judicial que lhe imponha uma indemnização elevada por difamação. Acontece que todos sabemos que tal afirmação não passa de um chavão sem sentido, razão pela qual nem se precisa a mesma, porque ela nunca existiu, a não ser, eventualmente, a que se cria para ganhar o poder.
Efectivamente hoje, no nosso mundo, para além da pandemia da Covid 19 vivemos também a pandemia das chamadas fake news (notícias falsas), que são publicadas nos órgãos de comunicação social e circulam com toda a impunidade nas redes sociais, ao ponto da própria Comunidade Europeia estar a preparar legislação para procurar combater esta pandemia que está a contribuir para destruir muitos inocentes e a afastar os mais capazes do poder, dando assim espaço aos incapazes.
Basta-nos para tal, apreciarmos um pouco as actuais envolventes socioeconómicas, para concluirmos das incertezas hoje instaladas quanto ao nosso futuro económico, que já muitos prevêem venha a ser nada fácil.
Acontece porém que o nosso concelho atingiu, a nível do país, uma imagem de ter sido bem gerido, sendo até distinguido várias vezes, pelo que nele tem sido feito durante as últimas décadas, o que revela bem que nunca no âmbito do concelho os autarcas se sujeitaram, a qualquer teia de interesses, a não ser a defesa dos interesses do próprio Município e dos seus habitantes.
Destaco sobre este aspeto a recente distinção de que o concelho beneficiou, através da LISBON Awards Group, com quatro distinções no “Prémio Autarquia do Ano” 2019/2020, informando ainda, que o mesmo surge entre as autarquias portuguesas que mais prémios de autarquia obteve, nas áreas de:
1- Desporto e vida saudável: Apoio às boas práticas de nutrição, através da Quinta do Chinco;
2- Economia – Empreendedorismo e Sturtaps, pelo Inovcluster- Associação do Clustar Agroindustrial do Centro;
3- Economia, Inovação e Tecnologia, pelo ambiente e trabalho desenvolvido na própria cidade;
4- Internacionalização de Empresas, também pelo Inovcluster.
Informa mesmo que nestas últimas três categorias conquistou até o Grande Prémio em disputa, o que não pode deixar de significar que o concelho tem sido bem gerido.
Aliás, ainda recentemente tive um convidado a visitar a nossa cidade, pessoa bem experiente e com boas qualificações, que depois de a visitar me afirmou que não conhece no país cidade que esteja tão bem apetrechada de infra-estruturas de lazer e culturais, o que também tem o seu significado.
Assim, perante estes prémios e afirmações, não posso deixar de fazer a leitura de que o ataque dos incapazes aos mais experientes de gestão, leva-os a afastarem-se do poder para não se sujeitarem a injustiças, pelo que não deixará de ter reflexos na nossa qualidade de vida, com consequências bem nefastas, o que muito lamento.
Mas a malvadez de poucos não prejudica, apenas pela via das estruturas estatais tenderem a ser geridas ou governadas por incapazes, pois a mim preocupa-me também muito o ataque injusto que, os próprios órgãos de comunicação social, fazem a pessoas que empreenderam com toda a honestidade e que são hoje atacados de uma forma incompreensível com inverdades, desmotivando-os a continuarem a investir. Por qualquer razão hoje temos tantas dificuldades em encontrar portugueses a investir na sua terra, para além, obviamente, dos que já estão instalados, sendo verdade que alguns querem até livrar-se das responsabilidades de ser empresários, o que não é nada construtivo para a nossa vida económica.
Por vezes até deparamos com situações bem deploráveis de ataques a empresários de bem e que contribuíram fortemente para o desenvolvimento económico da nossa região, sendo depois mal tratados por órgãos de comunicação social, ao ponto de parecer que estes até têm mais poder do que os próprios Tribunais, por penalizarem socialmente factos que a Justiça já julgou, o que leva muitos a afastarem-se da realização de investimentos.
Parece-me incompreensível o que se passa hoje na sociedade portuguesa, na qual alguns, (poucos), estão a conduzi-la para que se transforme numa sociedade tipo lixeira socialmente falando, o que não pode deixar de ser muito lamentável, pelas consequências que tal terá no nosso desenvolvimento socioeconómico futuro.
De facto, perante tudo o referido, não posso deixar de sentir que, com tantos a distorcerem as verdades, acabaremos por cair, a prazo não muito longo, numa espécie de hecatombe económica, também por os mais capazes se desinteressarem de investir perante os ataques injustos a que por vezes se sujeitam. Sobre este aspecto interrogo-me apenas se o investimento estrangeiro será suficiente para colmatar o ataque de invejosos aos investidores portugueses. Espero que sim, mas duvido.
Recentemente até deparámos com um ministro a impor o seu afastamento das respectivas funções, o que só pode ter acontecido por o mesmo não ter muitas dúvidas de que se aproximam tempos bem difíceis, considerando que perante os mesmos, seria melhor não o encontrarem respondendo por tamanhas responsabilidades. Não será já tal um sinal bem evidente dos mais capazes se estarem a afastar de ter responsabilidades no actual ambiente social de fake news em que vivemos, que distorce quantas vezes as verdades?
Enfim é uma dúvida, mas penso que quem hoje se mantém a responder pelas enormes dificuldades que vivemos, no ambiente social de invejosos em que vivemos, são pessoas que me merecem muito respeito e admiração pela sua capacidade de resistência.
A vida é o que é… Haja bom senso.