Edição nº 1668 - 9 de dezembro de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

O DRAMA HUMANO QUE SE VIVE EM CABO DELGADO, Moçambique, já acontece há demasiado tempo. Desde há três anos que um grupo de terroristas que se reclamam de guerrilheiros do Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, varre esta região de bons recursos naturais, tendo já provocado milhares de mortes e mais de quinhentos mil refugiados. Uma situação dramática que o governo moçambicano tem enfrentado com algum secretismo mas que a solidariedade internacional não deveria esquecer. A começar por Portugal que parece estar disposto a colaborar com as autoridades moçambicanas enviando militares para essa região, Portugal que deveria ter um papel fundamental como catalizador desse apoio internacional como membro da Comunidade Europeia e da CPLP. Nesta nobre tarefa de despertar consciências, teremos de realçar a ação do Papa Francisco que já por mais de uma vez fez referência ao povo mártir de Cabo Delgado e que ainda esta semana anunciou a doação de cem mil euros para apoio na ajuda aos deslocados. Porque os terroristas do Daesh não se vão satisfazer apenas com o norte de Moçambique e se não forem enfrentados a tempo e com vigor serão como uma chaga que se há de alastrar, para sofrimento de um povo martirizado.

PARECE QUE ESTE ANO HÁ NATAL, vá lá que já não é mau de todo. O governo libertou a época festiva do confinamento que até lá vamos viver, com Castelo Branco a voltar ao grupo dos concelhos que não terão sábados e domingos à tarde. É uma espécie de prova de confiança que o governo nos faz, e esperemos que os portugueses a vejam dessa forma, aliando a justa fome de convívio familiar com o bom senso que evite um recrudescimento do número de infetados e, principalmente, internamentos e mortes. Porque é um fato que só os negacionistas e cultores das imbecis teorias de conspiração não reconhecem a enorme perigosidade e capacidade de transmissão de uma doença que para além de matar tanta gente anónima, também mata nomes grandes da cultura e da política como se tem visto. Comemore-se o nascimento do Menino entre família mais próxima e guarde-se para o próximo ano as jantaradas de natal com amigos e colegas, as visitas a catedrais de consumo repletas de fieis consumidores (já agora lembremo-nos do comércio tradicional) e, claro, a reunião em consoada das famílias espalhadas por aquém e além fronteiras. Que mesmo nas nossas mesas nos recomendam a distância social, nem que seja mitigada. A crença de que todos ao monte e fé que nada nos há de acontecer, não será o melhor caminho. Para se chegar ao final do ano em que todos nós gostariamos de festejar o seu fim, mesmo que apenas no plano virtual e muito caseiro, e comermos as passas das doze badaladas enquanto se fazem votos para que este novo ano que aí vem nos traga de volta o mundo de que sentimos já tanta saudade.

09/12/2020
 

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