SÃO JÁ VÁRIOS OS EPISÓDIOS RECENTES que mostram algum declínio da influência diplomática da Europa no Mundo, a incapacidade de mostrar a sua força, necessariamente cimentada na unidade da diversidade de 27 povos. O mais recente episódio aconteceu há poucos dias, durante a visita de dirigentes máximos da Comunidade Europeia à Turquia. Uma situação caricata que ficou conhecida como sofágate. E o ridículo não pode esconder a gravidade e o significado daquilo que todos puderam ver. Os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen e Charles Michel foram a Ancara numa missão diplomática de boa vontade debater as relações bilaterais, a aplicação da Quando entra a comitiva na sala para a foto da praxe, descobre-se que o anfitrião, o presidente Erdogan, tinha preparado uma afronta que deixou a presidente da Comissão Europeia numa posição confrangedora, de pé, e que diz tudo sobre um regime liderado por um autocrata machista, promotor de políticas que deixam cada vez mais as mulheres turcas numa situação de subalternidade e a sofrer um contínuo aumento de violência. Erdogan quis desafiar mais uma vez a Europa, que não se cansa de chantagear com o controlo das vagas de imigrantes nas suas fronteiras. Um país que estará cada vez mais distante das condições que se exigem para integrar o clube europeu. Mas se de um homem como Erdogan se pode esperar tudo, o mesmo não se esperaria do presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel que, tontinho, se deixou instrumentalizar e perdeu uma belíssima ocasião de dar uma chapada de luva branca no autocrata, dando o seu lugar no sofá a von der Leyen. O belga teve um comportamento inadmissível, de tal forma que até mesmo na Bélgica se pede a sua demissão. Mas a irrelevância da diplomacia europeia já antes tinha sido posta em evidência, aquando da visita a Moscovo do responsável pela diplomacia europeia. Josep Borrel recebeu em silêncio, ouviu e engoliu, o enxovalho público do seu homólogo russo ao anunciar que a Europa não era para a Rússia um parceiro de confiança. Foi mais um episódio que levantou um vendaval político em Bruxelas.

ESTA SEMANA ENTRÁMOS NA TERCEIRA FASE do desconfinamento. Felizmente que todos os Concelhos do nosso Distrito de Castelo Branco puderam dar este importante passo que faz renascer a esperança em melhores dias para todos, de simples cidadãos consumidores ,a produtores e serviços, particularmente o comércio e restauração. Na semana da romaria da Nossa Senhora de Mércules, que ainda será vivida segundo as regras do novo normal, numa altura em que as cidades tomam novas cores, mais sons e sorrisos, o desejo de todos é que já não haja regresso ao confinamento e que se caminhe para o normal, mesmo que esse ainda esteja algo distante, como em entrevista ao jornal Público vaticina o médico e sociólogo americano Nicholas Christakis. Segundo ele estamos só agora no princípio do fim da pandemia. Só lá para o fim de 2024 estaremos a viver a fase pós-pandémica, altura em que nas suas previsões se viverão os novos loucos anos 20 do Século XXI com um substancial aumento de consumo e a procura incansável de interações sociais nos mais variados contextos.

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