Edição nº 1687 - 21 de abril de 2021

ESPAÇO CULTURAL COMEMORA 111º ANIVERSÁRIO
“Espero que o caminho em 2021 devolva ao Museu o lugar que ele merece”

“Espero que o caminho em 2021 devolva ao Museu o lugar que ele merece”. A afirmação de esperança foi proferida por Adelaide Salvado, da Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, no passado sábado, 17 de abril, data em que foi assinalado o 111º aniversário do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, e apresentado o quinto número da revista Materiaes, que é o órgão científico da Sociedade dos Amigos do Museu.
Na sessão comemorativa, que decorreu no Salão Nobre do Museu, o presidente do Conselho Diretor da Sociedade dos Amigos do Museu, Hermann Scheufler, começou por recordar que nesse dia fazia precisamente “111 anos que o Museu abriu ao público” e recordou que “a ideia vinha desde 1902, quando Francisco Tavares Proença Júnior tinha 20 anos. Em 1908 iniciou as diligências e o Museu abriu a 17 de abril de 1910, com peças dele (Francisco Tavares Proença Júnior) e de beneméritos, sendo que 23 pessoas deram peças no dia de abertura do Museu”.
Hermann Scheufler referiu depois que nesse dia também era apresentado o número cinco da revista Materiaes, que “é uma revista com contribuições de todo o País, desde sócios da Sociedade dos Amigos do Museu até professores, entre outros” e avançou que “ainda este ano será apresentado o sexto número da revista”.
O programa continuou com a apresentação da revista Materiaes, por Luís Raposo, que é presidente do Conselho Internacional de Museus (ICOM) Europa, que falou nos diversos artigos publicados nesta edição da revista. Uma apresentação que teve por base um vídeo gravado por Luís Raposo, que não pode estar presente. Vídeo que resultado de uma colaboração com a Associação de Informática de Castelo Branco (AICB) foi exibido no local, sendo também apresentado on-line, o mesmo acontecendo com as intervenções realizadas na sessão.
A sessão continuou com uma intervenção do presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, que referiu que a data tinha um “duplo significado, pela apresentação da revista e por ser o dia do 111º aniversário do Museu”.
Leopoldo Rodrigues elogiou a revista e destacou que a Sociedade dos Amigos do Museu “estuda o território, pensa o território e, depois, temos a revista”.
No que respeita ao aniversário do Museu, defendeu que “é um Museu centenário. Um Museu que se deve afirmar no panorama nacional. Ter um papel maior que aquele que tem atualmente”, até porque, “é um símbolo da cidade e da região”, além de ser “um museu fundado por alguém que se destacava na defesa do património”.
Afirmando que “o caminho se faz caminhando”, Leopoldo Rodrigues adiantou que num texto sobre o Jardim do Paço, Adelaide Salvado aborda a questão “da felicidade de ter o Museu ligado a este Jardim”, para assegurar que “é estratégica a ligação profunda entre o Museu e o Jardim”.
E já no final da intervenção deixou os “parabéns à Sociedade dos Amigos do Museu, pelo modo como tem cuidado do Museu e como tem feito investigação”.
Na mesma linha, o vereador Carlos Semedo, da Câmara de Castelo Branco, também deu “os parabéns à Sociedade dos Amigos do Museu pelo trabalho que tem efetuado”, para de seguida se referir ao quinto número da revista Materiaes, com “diversos tipos de artigos, todos extremamente interessantes para perceber o Museu e o nosso território”.
Carlos Semedo abordou também a vertente da “interligação Sociedade dos Amigos do Museu, autarquia, Museu, que é uma estreita ligação”.
Acrescentou que “a ligação com a sociedade é um espaço de diálogo”, para recordar que recentemente, na Praça Rei D. José foi inaugurado o busto de Francisco Tavares Proença Júnior, que “estava na Biblioteca desde 2016”, bem como relembrou que o busto “foi uma sugestão de Lopes Marcelo, em 2014”.
Voltando a focar-se no Museu, Carlos Semedo afirmou que “nos últimos meses se realizaram ações de formação com o pessoal do Museu. Duas ações que foram muito participadas”, relembrando que “já há muitos anos que não havia ações de formação”.
Revelou, por outro lado, que “o Museu vai ter um novo técnico superior” e no que respeita à ligação entre o Museu e o Jardim do Paço, recordou que “é um projeto que foi apresentado pela Sociedade de Amigos e que pode ser implantado”.

Evocação de Francisco
Tavares Proença Júnior
As comemorações do 111º aniversário do Museu contaram com um segundo momento, já fora de portas, mais precisamente na Praça Rei D. José, onde, recentemente, no âmbito das comemorações dos 250 anos da elevação de Castelo Branco a cidade foi inaugurado um busto de Francisco Tavares Proença Júnior.
Um momento em que Lopes Marcelo fez questão de salientar que “no dia da inauguração do busto, eu e a Sociedade dos Amigos do Museu estivemos aqui, mas não havia ninguém e soubemos que o busto tinha sido inaugurado no dia anterior”, acrescentando que “também não estava ninguém da família de Francisco Tavares Proença Júnior, sendo que António Abrunhosa e Bárbara Abrunhosa me disseram que também não sabiam da inauguração”.
Feito este ponto da situação, Lopes Marcelo destacou que “Francisco Tavares Proença Júnior e a sua memória mereciam ser resgatados, o que acontece, em parte, através do busto”. Quanto à evocação do passado sábado sublinhou que “resgatar a memória de Francisco Tavares Proença Júnior é uma bandeira da Sociedade dos Amigos do Museu e o busto é um passo nesse sentido”.
Lopes Marcelo apresentou também a importância de se avançar com “um projeto de divulgação pedagógico sobre Francisco Tavares Proença Júnior, porque não se ama aquilo que não se conhece e Francisco Tavares Proença Júnior merece ser divulgado nas nossas escolas, nas nossas coletividades, até pela importância do Museu e da Arqueologia”.
Por seu lado, Pedro Salvado classificou a sessão de passado sábado como “uma cerimónia de sentido cívico” e falou na “conjugação de tempos e geografias”, para assegurar que “o maior intérprete da região foi Francisco Tavares Proença Júnior. Ele deu e pôs à disposição de todos o Museu. Foi um descodificador da nossa identidade”.
Para Pedro Salvado, “com Francisco Tavares Proença Júnior a política cultural teve um rasgo de reancorar Castelo Branco. Nasceu o Museu, que refundou o sentido urbano e foi mais longe, porque percebeu que através do estudo, com a sucção cultural entre o centro e periferia, as peças iam para Lisboa e para outros locais. Assim ficaram cá”.
Mas não só, uma vez que para Pedro Salvado com Francisco Tavares Proença Júnior “ocorreu a primeira internacionalização do nome de Castelo Branco, em 1903, com as estelas, menires do Monte de São Martinho”. Estelas que provam que “nem sempre fomos periféricos. Este território, há três mil anos, era um pólo de concentração, era um centro”.
Por tudo isto, Pedro Salvado conclui que “contra factos, não há argumentos. Temos os factos. Temos os argumentos. Há que ter mais futuro e criar o Dia Local do Museu, ainda que museus sejam todos os dias”.
A evocação contou também com intervenções de Costa Alves e de Celeste Capelo, com esta a alertar para o facto do busto “não ter a identificação de quem foi Francisco Tavares Proença Júnior”.
Em representação da família, António Abrunhosa, que não pode estar presente, enviou um texto que foi lido por Hermann Scheufler (ver caixa), enquanto Bárbara Abrunhosa agradeceu “o empenho” demonstrado pela Sociedade dos Amigos do Museu.
António Tavares

21/04/2021
 

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