Edição nº 1693 - 2 de junho de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

EM ANO DE ELEIÇÕES, este tem sido o momento de todos os congressos, da esquerda à direita. E foi principalmente  para a área da direita e da extrema direita que os holofotes da comunicação social estiveram mais apontados. A convenção das direitas promovida pelo MEL (Movimento Europa e Liberdade) aconteceu na semana passada. Já vai na terceira edição, mas das anteriores poucos recordarão alguma coisa. Este ano, alargando a participação à extrema direita, conseguiu provavelmente o que desejava, a atenção dos média. Deu palco a um impante André Ventura, único deputado de um partido que parece já querer ser governo amanhã e a querer liderar toda a área da direita. Com um Rui Rio que pareceu não querer perder o comboio, mesmo assumindo aos quatro ventos que não é de direita, como se isso importasse de alguma forma aos participantes na convenção, onde participou pela primeira vez, mesmo contra a opinião de muitas e prestigiadas vozes do PSD. E com alguma razão, pois Rui Rio foi uma figura deslocada que nada, mesmo nada acrescentou ao seu percurso político, com um discurso que também nada trouxe nada de novo e pouco aplaudido. A única chama que acendeu entre a assistência foi quando fez referência a Pedro Passos Coelho, a figura sebastiânica do encontro, o Messias que por quem todos esperam, para liderar a direita que um dia há de destronar António Costa do poder. Passos Coelho que no momento atual foge do assunto como o diabo da cruz, à espera que o tal diabo apareça no caminho do governo, porque se isso não acontecer e com a bazuca a fazer efeito já no próximo ano, ele que, concorde-se ou não com as suas ideias, é um animal político, sabe que na conjuntura atual, aceitar o desafio seria uma aventura com poucas probabilidades de ter êxito. Foi um encontro das direitas que deu palco de destaque ao líder de um partido de um só deputado e a um líder fantasma que um dia há de liderar as direitas que por ele anseiam mas que por agora mostraram ali não terem ideias de como  se tornar alternativa  ao governo socialista, antes se mostraram desunidas. Por isso, como notou a grande maioria dos analistas políticos, esta convenção das direitas teve como maior vencedor António Costa.   Para bem da democracia, pensamos que a direita democrática tem de se constituir como verdadeira e credível alternativa. Agora o problema é como vão conseguir isso sem contar com o Chega. Que veio baralhar o panorama desta área política, porque o crescimento do Chega há de fazer-se maioritariamente à custa do PSD e do CDS. O Chega não acrescenta nada à direita, como as mais recentes sondagens indiciam.

02/06/2021
 

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