João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
A QUARTA VAGA DO COVID-19, marcada pela variante Delta Plus que agora ataca Portugal e o Mundo, veio baralhar as contas do desconfinamento. Quando já nos imaginávamos a regressar aos velhos hábitos, a abandonar as máscaras, ao usufruto do nosso tão cobiçado verão, com jantares e convívios em esplanadas, eis que a muito maior capacidade de contágio da nova variante, aliada a um evidente relaxamento da população, em especial da mais jovem, também resultado do natural cansaço pandémico, coloca vários concelhos, onde se incluem alguns dos mais populosos, no nível de mais alto risco, com as restrições que poderão ser o golpe final nalgumas das empresas mais afetadas pela crise pandémica. É uma situação económica e social que poderá ser dramática. Mas o atual agravamento também pode significar uma boa notícia. Que é a de confirmar a eficácia das vacinas, indo ao encontro daquilo que os especialistas têm afirmado, que a vacinação será a melhor arma, senão a única, no combate à epidemia. Acreditamos que esta constatação que resulta dos números divulgados pela Direção Geral da Saúde, onde se mostra como é muito pequena a percentagem de vacinados infetados com esta nova variante e, fundamental, como esses poucos infetados já imunizados apresentam apenas sintomas ligeiros, não precisando de internamento e muito menos de intervenção nas UCI, sem deixar de ter em conta o muito reduzido número de óbitos, dizíamos que o conhecimento destes números deveria fazer perder os receios e reservas dos que ainda não foram vacinados, especialmente nos grupos etários mais baixos que são aqueles que, naturalmente, têm mais comportamentos de risco. Acreditamos que os jovens serão os primeiros a querer contribuir para a imunidade de grupo que talvez só acontecerá para setembro. Neste sentido, tem lógica a decisão do Governo da Madeira, de fazer vacinar até ao início do próximo ano letivo todos os jovens Madeirenses com mais de 12 anos. Não podemos voltar a ter a vivência escolar dos tempos mais negros da pandemia, fator de desigualdade e gerador de perturbações no desenvolvimento psíquico dos adolescentes.