João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
CURIOSA COINCIDÊNCIA, ou talvez não, há duas semanas as nossas duas news magazine de âmbito nacional, tinham um tema em destaque comum. Os movimentos negacionistas, que agregam quem até há pouco tempo eram considerados chalupas têm de ser vistos com muita seriedade, porque aquilo que ontem era movimento que proclamava teorias ridículas de não existência de pandemia e conspirações globais que levavam à recusa liminar da vacinação, já hoje deve ser visto e seguido com muita seriedade e preocupação. Depois dos insultos ao vice-almirante Gouveia e Melo vieram os insultos e agressividade ao Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. E o que os trabalhos jornalísticos mostraram é que essa ação e a sua ampla divulgação estão a ser vistos pelos militantes negacionistas como o seu momento de glória e a chave de mudança para ações mais agressivas do movimento. E preocupante é ficarmos a saber que o mentor, militante da extrema direita, promove cursos a seguidores selecionados a dedo e onde o secretismo (é exigido pacto de silêncio) é um dos aspetos que se destaca nestas movimentações que podem prenunciar algum tipo de violência a coberto de um nacionalismo exacerbado. Tudo boas razões para manter alerta o SIS e a Polícia Judiciária.
NO DIA EM QUE ESCREVO, Portugal sagrou-se Campeão do Mundo em futsal. Quero trazer aqui este feito desportivo que nos enche de orgulho, porque é bom ver como um país pequeno e periférico como é Portugal, tem tantos atletas e equipas campeãs nas modalidades desportivas mais diversas. E por isso acontecer em tantas e tão diversas modalidades, como as olímpicas onde este ano tivemos a melhor representação de sempre, com quatro medalhas de pódio, e não apenas numa ou noutra onde, como acontecia antigamente com o hóquei em patins, por variadas razões éramos sempre eternos candidatos à vitória ou com o futebol do tempo de um génio chamado Eusébio. O panorama que se vive agora mostra já um Portugal diferente e os sucessos desportivos, não tenham dúvidas, são o reflexo do desenvolvimento. Na educação, nos equipamentos sociais e desportivos e na política de integração porque atletas de vários países, e não só PALOPS, encontram aqui o clima social, as condições materiais e as políticas capazes de os fazerem campeões e a nós de partilharmos a sua alegria e orgulho de pertencermos a uma mesma comunidade. Como orgulho teremos de sentir, quando vemos a alegria de toda uma equipa de meninas adolescentes, que fugiram da barbárie dos talibãs afegãos, na certeza de que lhes cortariam a cabeça se persistissem em querer jogar futebol. Em Portugal encontram a segurança e todas as condições para praticarem o desporto que adoram e, se isso não fosse bastante, ainda podem estudar e construir uma carreira profissional, em igualdade de oportunidades com qualquer rapaz da mesma idade. Coisas tão simples, mas raras em algumas partes do Mundo...