A&R CONSTRUÍDO POR JOAQUIM NUNES RIBEIRO E ANTÓNIO ALCOBIA
Livro dá a conhecer O Bólide de Castelo Branco
O Bólide de Castelo Branco é o livro da autoria de José Barros Rodrigues, publicado com o apoio do Clube de Automóveis Antigos de Castelo Branco (CAACB) e da Câmara de Castelo Branco, que foi apresentado no passado sábado, 5 de março, e dá a conhecer a história do A&R, um carro desportivo construído na década de 50 do século passado em Castelo Branco e que passados 50 anos regressou à cidade, uma vez que durante esse dia esteve exposto.
No livro é contada a história do A&R, um automóvel que foi construído em Castelo Branco, em 1955, por iniciativa de Joaquim Nunes Ribeiro e António Alcobia, que contaram com a mestria de artesãos Albicastrenses para concretizar o projeto.
O nome do bólide deriva dos seus criadores, sendo que o automóvel tem a mecânica de um Peugeot 203, que foi modificada. Com chassis tubular e carroçaria em alumínio, com o peso a ficar abaixo dos 600 quilogramas, o A&R apresenta como velocidade máxima os 200 quilómetros por hora.
O A&R participou em diversas provas, sendo de destacar a sua presença na VII Grande Volta a Portugal de 1955, onde ficou em primeiro da sua classe e segundo lugar à geral, com dois Mercedes 300 SL Asa de Gaivota, classificados no primeiro e terceiro lugares.
De realçar que o automóvel, quando foi construído, deslumbrou com a sua elegância, performance e fiabilidade, sendo que ainda hoje é objeto de admiração, depois de ter sido comprado e reconstruído por João da Mota Guedes.
Na apresentação do livro, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirmou que “este é um momento que os que gostam mais de automóveis aguardavam há muito tempo”, referindo-se “ao regresso do único carro aqui fabricado, que competia com os melhores e ficava à frente dos melhores”.
Leopoldo Rodrigues realçou que “Castelo Branco está agradecida por se estimar esta obra de arte”, reiterando que “este é um momento importante para Castelo Branco, para quem gosta de carros, para quem gosta de carros antigos”.
O autarca adiantou ainda que existem “outros projetos com o CAACB” e na resposta a um desafio do presidente da coletividade, Márcio Fernandinho, revelou que “o Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB) receberá uma exposição de automóveis portugueses”, que contará com “nove automóveis, incluindo o A&R”.
Márcio Fernandinho, referindo-se ao livro, destacou que se trata de “um trabalho muito primoroso do que é a história do Bólide de Castelo Branco”.
Por seu lado, João da Mota Guedes assegurou que “estou aqui com muito gosto” e revelou que “já me convidaram há muitos anos, mas nunca trouxe cá o A&R, como não levei a lado nenhum. A única exceção foi um concurso de elegância automóvel, em Cascais, e, agora, este regresso do automóvel a Castelo Branco”.
João da Mota Guedes recordou que “comprei o A&R há 35 anos e demorou 23 anos a restaurar. O automóvel estava destruído, pelo que a reconstrução foi muito complicada, pois não havia informação” Sublinha que quando “o comprei nem sabia que era o A&R, só a partir daí é que fui descobrindo”.
O autor do livro, José Barros Rodrigues, afirmou que para o concretizar contou com “o apoio de três Albicastrenses, um deles já falecido”, referindo-se a Joaquim Pelejão Marques, a par de Luís Caramelo e Nuno Navarro.
Para José Barros Rodrigues “o carro merece esta homenagem e Castelo Branco merece este automóvel”, referindo-lhe como “o fenómeno de um carro no Interior”. Tudo isto, numa época dos “automóveis de competição, nos anos 50, em Portugal”. Uma época na qual os “fabricantes não tinham condições para fazer carros de competição”, pelo que “quem fazia os carros de competição eram particulares, garagistas”. Foi assim que em Portugal surgiram 16 marcas, entre elas o A&R, que “é um dos três carros que tem chassis tubular”.
António Tavares