Edição nº 1737 - 13 de abril de 2022

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

DEPOIS DA PASSAGEM DO PROGRAMA DO GOVERNO pela Assembleia da República, criticado por partidos das duas alas por ser feito de generalidades, uma cópia do manifesto eleitoral, facto que penso não deva ser considerado de negativo, que não reflete as profundas mudanças vividas entre o final de janeiro, as eleições, e os dias de guerra que correm, com todas as consequências económicas daí advindas, em especial a inflação como já não se via há muitos, muitos anos, a roubar dias a cada mês na população mais frágil, que não tem como poupar para enfrentar a crise. O governo respondeu com uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, onde noite fora foram delineadas medidas concretas de apoio às empresas e aos portugueses em geral, em particular aos que integram o grupo das famílias titulares de prestações mínimas a quem se alarga agora o apoio ao preço do cabaz alimentar e à aquisição de botija de gás, num total de 70 euros. Onde a generalidade de nós vai sentir é na possível redução preço dos combustíveis, por via da redução do ISP, equivalente à redução do IVA para a taxa de 13%, pretendida pelo governo mas que só acontecerá num futuro próximo com a autorização da Comissão Europeia. Uma alteração na formação do preço dos combustíveis que vai ser complementada com apoios temporários às empresas e ao setor social, este com subsidio de 30 cêntimos por litros. Também o setor agropecuário terá apoios que passam pela isenção temporária de IVA sobre fertilizantes e rações. Enfim, um conjunto de medidas urgentes e muito desejadas. Agora falta saber se elas serão suficientes para que o País possa navegar no mar encapelado da crise com o menos possível de rombos e sobressaltos, económicos e sociais.

ESTE DOMINGO ACONTECEU EM FRANÇA o primeiro momento de umas eleições que, como não se vivia em muitos anos, serão decisivas não só para os franceses como também para o futuro da Europa. No presente momento, tudo o que não se deseja seria termos num dos principais motores da Comunidade Europeia, uma líder de extrema direita populista, admiradora de Putin, de cujo regime tem beneficiado até mesmo em apoios económicos, líder de um partido que tem uma dívida avultada junto de um banco russo. Por isso, o que a maioria dos europeus deseja é que na segunda volta das eleições se veja o presidente Macron a fazer campanha ativa e suada para unir a direita tradicional, o centro e a esquerda, na construção de uma barreira sanitária para travar a caminhada de Marine Le Pen até ao Eliseu. O resultado da primeira volta, ao contrário das sondagens publicadas que davam empate técnico, foi claramente favorável a Macron. Mas as sondagens realizadas já depois de domingo continuam a dar uma cada vez maior aproximação entre os dois candidatos. Macron vai ter um trabalho duro nestes quinze dias para convencer os franceses, principalmente os mais desfavorecidos que se deixaram encantar pelo canto de sereias do populismo xenófobo da madame Le Pen. Para bem da Europa e da paz.

13/04/2022
 

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