Edição nº 1780 - 15 de fevereiro de 2023

NOVAS OBRAS SERÃO PUBLICADAS BREVEMENTE
António Salvado tem nova antologia de poesia de amor

Poesia de Amor nos Versos de António Salvado é o título do livro mais recente da autoria de António Salvado. Trata-se de uma antologia de poemas, escritos num horizonte que vai de 1955 a 2021, que tem a chancela da RVJ – Editores.
Com capa e ilustrações do pintor Emerenciano, o livro apresenta um prefácio-estudo do professor da Universidade da Beira Interior (UBI) José Maria da Silva Rosa, que analisa pormenorizadamente este tema do poeta Albicastrense.
Entretanto, António Salvado vai publicar, brevemente, três novas obras de caráter antológico.
A primeira é um itinerário existencial do poeta pela cidade onde nasceu e mais tempo tem vivido, com o título Albicastro Geografia Poética de António Salvado. Uma obra prefaciada e organizada por Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata, da qual serão ouvidos poemas, no próximo dia 20 de fevereiro, numa sessão em que serão anunciados os nomes dos poetas vencedores deste ano do Prémio Internacional de Poesia António Salvado, um prémio que é único em todo o Mundo, que aceita concorrentes em duas línguas, que são a portuguesa e a espanhola.
O segundo livro, Animais na Poesia de António Salvado constitui uma curiosa e sentimental zoologia na qual e em cada poema surge o nome de um animal que, nas suas características, ora é motivo de comparação, ora de imagem, ora de metáfora, ora simples elemento de paisagem em momentos vividos ou experimentados pelo poeta ao longo de uma vida. Entre esses animais estão as toupeiras e cigarras da fazenda do avô Francisco, os animais dos jardins Albicastrenses da infância do poeta, a elegia à mosca morta ou o agradecimento à mosca a esvoaçar à volta do candeeiro que dá luz ao poeta quando escreve, a vaidade do pavão, o amor maternal da cegonha, entre outros.
O terceiro livro, também de caráter antológico, Da palavra o fruto, formaliza uma criteriosa e ponderada seleção de textos em prosa, de substâncias muito diversas a revelarem os interesses intelectuais do poeta e que este foi publicando em Leituras, que os iam reunindo.
No que se refere a Poesia de Amor nos Versos de António Salvado, no prefácio-estudo pode ler-se que “A outra narrativa épica chega-nos do mesmo fundo mítico-cultural: a Epopeia de Gilgamesh (ANET, pp. 44-52). Depois da hýbris e dos muitos feitos heroicos, de lutas com monstros horrendos, de ter despeitado o amor cioso e funesto de Inanna de mamilos túrgidos, e de, por causa disso, ter visto o seu mais amado émulo, Enkidu, morrer e corromper-se (ele, que no deserto fora iniciado nos mistérios do amor pela bela Shámkhat, a “prostituta sagrada”, tornando-se assim humano), Gilgamesh abandonou Uruk e partiu em busca da imortalidade. Após trespasse do negro e pavoroso túnel da montanha Mashu, saiu do ventre da terra e calcorreou o deserto inóspito de Shamash, o Sol. Sedento e com o desespero já agarrado ao coração, Gilgamesh encontra uma jovem mulher à beira-mar. O eu nome era Siduri, a “fazedora de vinho”. Mirando de longe o fácies do viandante, a taberneira teve medo do que viu e quis fechar-lhe a porta. Mas Gilgamesh pôs o pé no batente e frustrou-lhe o intento. Após a disputa no umbral, trava-se o diálogo intenso, tremendo, exemplar. Siduri escutou de Gilmesh a longa saga, os perigosos amores de Ianna, a morte de Enkidu, o medo e a demanda que o movia sempre mais para diante. Deu-lhe então o conselho apropriado a um mortal: “Ó Gilgamesh, para onde vai a tua pressa? Nunca encontrarás essa vida que procuras. Quando os deuses criaram o homem, atribuíram-lhe a morte, mas a Vida, essa ficou para eles. Quanto a ti, Gilgamesh, enche a barriga de coisas boas; de dia e de noite, de noite e de dia, dá-te a danças e alegrias, a festas e júbilos. Que as tuas roupas sejam novas, banha-te na água, acarinha o menino que te pega na mão e torna feliz a tua mulher no teu braço. Pois isso é o que cabe ao homem.” O herói, porém, não deu ouvidos à sensatez da mulher que enchia os potes de vinho. “Como posso eu descansar quando Enkidu, que eu amei, se tornou pó, e também eu morrerei e serei posto na terra?” As tabernas, os bordéis e as alcovas não são aquilo que se pensa... Que o diga Omar Kkayyam. Os alimentos servidos por Siduri causaram-lhe ainda mais fome. O vinho dos espumosos jarros provocou-lhe ainda mais sede. Haverá fonte que possa vencer o sequioso? Consumido, Gilgamesh sabe que tem de continuar a sua viagem até à terra dos vivos, até ao país de Utnapishtim, o barqueiro, o venturoso amado dos deuses que vive numa Ilha Afortunada, algures, na embocadura dos riso. Só resta, pois, prosseguir. Assim também nos versos insaciáveis de António Salvado: prosseguem e não secam porque o seu cântaro vai sempre inteiro à fonte. A vera Poesia só nos pode alargar a fome e a sede.
“Ó deusa, filha da perenidade, / ó deusa, filha que és além do tempo: / deixa-me o sonho nunca terminado / de perseguir-te para todo o sempre.”

15/02/2023
 

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira
02/05
Obrigado senhor ZéTeatro Estúdio São Veiga, Idanha-a-Nova
tituloNoticia
03/05
Canta LiberdadeCasa da Cultura da Sertã

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video