NA CATEGORIA TEATRO
Maria da Luz Lopes é Mulher da Cultura na Região Centro
Maria da Luz Lopes, que é atriz, encenadora e diretora artística do Váatão Teatro de Castelo Branco foi distinguida como Mulher Cultura da Região Centro, na categoria Teatro.
A igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, foi palco, no passado sábado, 18 de março, da apresentação do livro As Mulheres da Cultura na Região Centro, editado pela Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), que contou com “uma coletânea de histórias de vida em celebração de um conjunto de mulheres extraordinárias que contribuíram para o desenvolvimento cultural da Região Centro em diversas áreas como artes visuais, artesanato, dança, educação, etnografia, literatura, museologia, teatro e música.
O projeto nasceu em 2021, nas redes sociais, mas torna-se agora “perene” em livro, e “permitiu homenagear, pela voz e iniciativa das comunidades, câmaras municipais e associações, o contributo que estas mulheres deram à Região Centro” e “falar sobre a invisibilidade social da mulher na cultura”, promovendo igualmente a igualdade de género, como sublinhou Suzana Menezes, diretora Regional de Cultura do Centro, na cerimónia de apresentação.
O Váatão realça que “Maria da Luz tem desenvolvido um profícuo trabalho cultural e artístico na área do teatro, mas não só. Natural e residente em Castelo Branco, formada pela Escola Superior de Educação (ESE) de Castelo Branco, com uma licenciatura em Educação de Infância, especialização em Expressões, e pela Universidade de Évora, com mestrado em Dramaturgia e Encenação. Possui ainda um Curso Geral de Canto do Conservatório Regional de Castelo Branco, é formadora certificada, pelo Conselho Científico e Pedagógico de Formação Contínua de Braga, em Expressão Dramática e Educação Artística. Iniciou a sua vida profissional como educadora de infância, mas foi o gosto pelas artes, na música e no teatro que determinaram o seu percurso, criando e fazendo parte de inúmeros projetos culturais.
Ingressou pela primeira vez no mundo do teatro no Grupo de Teatro Académico da Escola do Magistério Primário de Castelo Branco, entre 1985 e 1987. Mais tarde, em 1999, no Váatão Teatro de Castelo Branco, como atriz principal na peça Uma Sardinha para Três, primeira grande produção da companhia. A partir dessa data não mais deixou o teatro, tendo integrado mais de uma centena de produções como atriz e várias dezenas como autora, dramaturga, encenadora e diretora artística, na senda de um trabalho de matriz identitária da cultura da Beira Baixa e das especificidades do seu território. Nos últimos 10 anos afirmou o seu trabalho nesta companhia como autora de textos e encenadora de espetáculos para todos os públicos, tendo também privilegiado o teatro para a infância com espetáculos regulares, em rede com vários agrupamentos de escolas do Distrito de Castelo Branco. Para além do trabalho de autoria, dramaturgia e encenação de espetáculos que visam dar a conhecer a vida e obra de figuras históricas da nossa região, como Meu Querido Papá (Vida e obra de Francisco Tavares Proença Júnior, fundador do Museu de Castelo Branco), O Lamento e Testamento de Maria Gomes (a mais velha judia morta pela Inquisição, natural de Castelo Branco), O Postigo (espetáculo de profunda contemplação do rito da vida e da morte das nossas gentes), o seu trabalho tem vindo a crescer e afirmar-se junto de diferentes concelhos da Beira Baixa para os quais cria e produz espetáculos de raiz, no âmbito da valorização e divulgação do património cultural imaterial das comunidades. A partir de um processo de pesquisa local e documental, que gera e suporta a dramaturgia e encenação de cada espetáculo, são levados à cena histórias dos Ratinhos da Beira, do contrabando, do garimpo do ouro, da safra, do ciclo do pão, das fontes, dos casamentos à moda antiga, da desfolhada, das Invasões Francesas, entre muitos outros acontecimentos e marcas culturais do nosso território. A título de exemplo, as Rotas Guiadas e Encenadas e Espetáculos de Recriação Histórica e Etnográfica, ou a criação de projetos teatrais de intervenção, promoção das especificidades beirãs ou puro entretenimento. Como docente do Ministério da Educação integrou, mais recentemente, uma equipa das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva, onde criou um projeto de itinerância, Malas com Rodas Cheias de Histórias, sessões de histórias encenadas, para a divulgação da literatura e a promoção da leitura. Este projeto integrou o Ler, contar e Recontar as Metas, premiado no concurso Ideias de Mérito 2018, pela Rede Nacional de Bibliotecas Escolares”.