EM SESSÃO PÚBLICA DO EXECUTIVO
Câmara apresenta em detalhe o novo Centro de Saúde de Alcains
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, na sessão pública do executivo realizada na passada sexta-feira, 21 de abril, deu a conhecer, em detalhe, o que será o novo Centro de Saúde de Alcains.
Leopoldo Rodrigues começou por recordar que a nova unidade de saúde ocupará parte das instalações do antigo Ciclo Preparatório de Alcains, para revelar que o concurso para as obras “ainda não foi lançado, porque estamos à espera de retificar alguns pormenores apontados pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro)”.
De resto, o autarca destacou que será “um centro de saúde moderno”, que terá “5.143 metros quadrados de área de intervenção, dos quais 831 metros quadrados serão de área de implantação”.
Por outro lado, afirmou que “é um projeto apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, apontando para um investimento de “1,3 milhões de euros”, apesar de admitir que “será mais que isso”.
Leopoldo Rodrigues revelou também que “em conversa com a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) foi questionada a possibilidade de ter alguns meios de diagnóstico”, para concluir que tal “será avaliado durante o período de construção”.
Na resposta à apresentação, Luís Correia, do SEMPRE – Movimento Independente, afirmou que “gostei, à partida, do projeto”, para logo de seguida questionar se “vamos ter um aumento de médicos”.
Por outro lado, Luís Correia adiantou que “imaginávamos que houvesse ali novas valências, nomeadamente Urgência, com atendimento permanente”, para salientar que “acho estranho que se projete o Centro de Saúde e não esteja já definida a questão dos exames de diagnóstico. Não fica já definido, quanto de está a planear”, questionou, para concluir que “é um planeamento com algum défice de planeamento”. Tudo, para voltar a questionar se “vai ou não ter novas valências”, bem como “se está garantido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) a contratação de mais médicos”.
Leopoldo Rodrigues respondeu que “acredito que vamos ter mais médicos” e ainda na área da saúde aproveitou para falar na nova Unidade de Saúde Familiar a “instalar na Clínica das Violetas, que a Câmara vai alugar e ceder à ULSCB”, bem como apontou para “a necessidade de todos os utentes do Concelho de Castelo Branco terem médico de família”. Um assunto em relação ao qual adiantou que “já falei com o doutor Júlio Ramos, da ULSCB”, não esquecendo que “há 12 mil utentes em Castelo Branco sem médico de família”.
Noutra área Leopoldo Rodrigues também falou no facto de Castelo Branco vir a acolher o Tribunal Central Administrativo (TCA) do Centro, pelo que recordou o processo que levou a isso e não deixou de sublinhar que “é um tribunal disputado por muitos municípios, nomeadamente Coimbra” e frisar que “é um tribunal de relação”.
Para Luís Correia o TCA “é, sem dúvida, um ganho para Castelo Branco” e de seguido questionou “onde vai ficar instalado”. Pergunta a que Leopoldo Rodrigues respondeu que “ainda não posso dizer o local, porque a senhora ministra da Justiça pediu para o fazermos conjuntamente”.
Também João Belém, da coligação Partido Social Democrata/Centro Democrático Social – Partido Popular/Partido Popular Monárquico (PSD/CDS-PP/PPM), destacou que a instalação do TCA em Castelo Branco “é uma medida muito importante para a coesão. É uma mais-valia para o Concelho, esperando que outros projetos se venham a concretizar num futuro próximo”.
Os trabalhos continuaram com uma série de perguntas apresentadas por Luís Correia, a começar pela Fábrica da Criatividade, ao solicitar para “apresentar o novo coordenador, o seu currículo”. Questão a que Leopoldo Rodrigues responde que “não temos um novo coordenador, porque tal não existe no quadro de pessoal. Temos uma pessoa que tem funções de coordenação, Fábio Ramalho, que tem um percurso na arte, na música, no Concelho de Castelo Branco. Foi aluno da Orquestra Típica Albicastrense (OTA), onde também foi formador e, mais tarde, também frequentou a Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) de Castelo Branco. Tem participação em algumas bandas e grupo culturais e organizou um ou dois festivais musicais, nomeadamente o Sintonias. Também participou em iniciativas que dão conhecimento e experiência, pelo que a Fábrica da Criatividade segue o seu caminho”.
Luís Correia retorquiu que aquilo a que se assistiu na Fábrica da Criatividade “foi um saneamento político” e frisou que “o currículo não é melhor do que o daquele que saiu”. Tema que Luís Correia abordaria mais tarde, numa conferência de Imprensa do SEMPRE (ler notícia).
Aliás, mais dois temas foram comuns à sessão de Câmara e à conferência de Imprensa.
Num deles Luís Correia afirmou que “faz um ano que foi apresentada a Academia de Futebol, na Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco. O que está feito?”. Um assunto em que Leopoldo Rodrigues adiantou que na “parceria com a Associação de Futebol de Castelo Branco se colocaram várias possibilidades. Uma foi o espaço desportivo da ESA, uma requalificação cara. Outra possibilidade foi a do que de bom já se fez na Zona de Lazer de Castelo Branco”. Aproveitando para falar “na construção das bancadas na pista de atletismo”, o autarca avançou que em relação à Academia de Futebol, “para Castelo Branco é preferível que fosse na Zona de Lazer e não na ESA, agregando no mesmo espaço um conjunto de equipamentos”.
Solução com a qual Luís Correia discorda, porque “são mais dois campos de futebol, mais pessoas, mais carros na Zona Lazer”, não deixando de considerar que a “Zona de Lazer já tem três campos de futebol, o Bairro do Valongo tem mais um”, pelo que “há que desanuviar a zona Sul da cidade, ser noutro local”, apontando para a ESA.
Nesta matéria Leopoldo Rodrigues acrescentou ainda que não “há qualquer questão relacionada com o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), com quem mantemos boas relações”. Explicou igualmente que “este é um projeto dinamizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), com 50 por cento até um milhão de euros. Isto com o apoio da Câmara, para que esta seja a dona da obra, o que pressupõe que a Câmara seja proprietária da zona onde se vai fazer a intervenção, o que não acontece na ESA. O IPCB ou o Ministério teria que fazer uma cedência à Câmara, que teria como incorporar como seus os terrenos da ESA, para se fazer a obra e o protocolo”.
Outro tema abordado nos dois locais por Luís Correia foi “a empreitada de Tinalhas. Um caminho que serve muitas propriedades agrícolas, que não há meio de arrancar”. Leopoldo Rodrigues afirmou que “havia um projeto. Foi apreciado e a conclusão é que era importante melhorá-lo, revê-lo, para ser concretizado”. Ao que Luís Correia respondeu que “houve concurso, mas não se avançou”, com Leopoldo Rodrigues a afirmar que “não foi adjudicado, até porque não podemos romper um concurso adjudicado”.
Entre outros pontos, Luís Correia também se focou na “limpeza. Temos uma cidade limpa. Temos sido sempre uma cidade exemplar nessa matéria. Os Serviços Municipalizados têm trabalhado muito bem”. Tudo, para defender que “há algo que precisamos de melhorar, na Devesa, que ultimamente não tem limpeza aos domingos e é uma zona muito frequentada ao fim de semana, sendo a sala de visitas da cidade, pleo que há que a manter limpa”.
O autarca admitiu que este “é um problema no centro da cidade e que não deve ter resposta apenas dos Serviços Municipalizados. Todos nós temos deveres de cidadania. Os bares também têm responsabilidades, pelo que a administradora delegada dos Serviços Municipalizados, Sónia Mexia, já reuniu com os proprietários e eu também já falei com eles”. O autarca referiu ainda que “os Serviços Municipalizados não têm serviços de limpeza ao domingo, mas já equacionamos ter na Devesa e em mais algumas zonas da cidade”.
António Tavares