REDE DE CIDADES CRIATIVAS DA UNESCO
Comissão Nacional da UNESCO aceita candidatura Albicastrense
A Comissão Nacional da UNESCO aceitou a candidatura de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas, na categoria Artesanato e Artes Populares, com o Bordado de Castelo Branco, realça, em comunicado, a Câmara de Castelo Branco. Agora, o próximo passo é a avaliação final, por parte da UNESCO, em Paris, França.
A autarquia adianta que a candidatura “foi formalmente aceite pela Comissão Nacional da Unesco”, com o coordenador do processo de candidatura e vice-presidente da Câmara, Hélder Henriques, a afirmar que “congratula-se com este passo, na medida em que o mesmo contribui para a valorização da identidade cultural de Castelo Branco e ajuda no engrandecimento da comunidade. Este é um importante reconhecimento nacional da relevância da criatividade, enquanto instrumento de desenvolvimento, no território onde vivemos”.
Recorde-se que o projeto iniciou-se no princípio de 2022, sendo que a integração do Bordado de Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas da UNESCO promove a cooperação com outras cidades que reconhecem a criatividade como fator estratégico de desenvolvimento sustentável.
Ainda de acordo com Hélder Henriques, “a marca e produto Bordado de Castelo Branco é, provavelmente, a nossa maior bandeira e um dos nossos maiores ativos territoriais. E, entendemos que pode ser, se todos quisermos, uma das principais âncoras do nosso desenvolvimento. O Bordado de Castelo Branco é passado, é presente, mas também pode ser futuro”, acrescentando que “esta foi uma candidatura que emergiu de uma relação triangular entre a cultura, a criatividade e o desenvolvimento económico”.
No comunicado pode ainda ler-se que esta é “uma excelente plataforma para o desenvolvimento de parcerias promotoras da inovação, das indústrias culturais e criativas, de atividades económicas ligadas à manufatura, bem como a coesão social do Concelho. Ao mesmo tempo, trabalha a afirmação de Castelo Branco no panorama nacional e internacional, passo fundamental para que possa ganhar ainda mais notoriedade, atraindo pessoas e investimento para esta região”.
É igualmente recordado que “o Bordado de Castelo Branco nasceu há muito tempo, sendo que se crê ter sido no Século XVIII o período mais fecundo na sua confeção. Depois de uma fase mais frouxa no Século XIX, o primeiro quartel do Século XX assistiu ao ressurgimento desta marca. Seja pela origem artística, com a criação de uma marca própria, seja pela perspetiva económica, como meio de subsistência, o Bordado é um dos bens mais preciosos que Castelo Branco se prepara para mostrar ao Mundo”, bem como que “o Bordado de Castelo Branco tem características que o tornam único e distinto entre os bordados portugueses: os motivos têm uma estética que corresponde a uma gramática visual própria. A intensidade das cores e a luz é conferida pelos fios de seda, bordados sobre a base de linho artesanal cru. Os desenhos/motivos têm uma simbologia própria que o observador é convidado a descobrir: a Árvore da Vida, os pássaros, os cravos, as rosas, os lírios, as romãs ou os corações, todos com um perfil claramente exótico. Estas características do Bordado de Castelo Branco foram transpostas para o urbanismo, sendo observáveis quer nas calçadas, como nos edifícios, tornando-se assim num dos símbolos da cidade”.