Edição nº 1800 - 5 de julho de 2023

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

FOI SEGUNDA-FEIRA, dia 3 de julho que se comemorou o Dia Internacional Sem Saco de Plástico. A atual geração cresceu a ver o saco de plástico como objeto útil, diria que indispensável, para as suas vivências diárias. Por cada ida a uma grande superfície, era certo que entravam em casa mais meia dúzia de grandes sacos de plástico para transporte das compras. Ainda que tenham sido inventados no século XIX, em Portugal só se vão vulgarizar a partir dos finais dos anos sessenta, principalmente nos anos 70. Os mais velhos, no grupo em que me incluo, ainda se recordam que a sua infância e juventude era o tempo do saco de papel. Fosse para a fruta ou para a mercearia, que por aquela época se vendia maioritariamente a granel, estava sempre o papel e produtos que o consumidor, a dona de casa, transportava para casa em sacos de tecido ou em cestas de vime. Em Portugal o saco de plástico entrou tarde. O sermos um país pobre, entre os mais pobres da Europa teria que trazer algum benefício… É sabido que os países mais ricos são os mais poluidores e os mais pobres são os que primeiro sofrem as consequências. Porque é de poluição de que se fala quando se enfatiza o Dia do Sem Saco de Plástico.
Os números ajudam a pôr as coisas em perspetiva. Ei-los: em média, um saco de plástico de utilização única não tem mais de 25 minutos de vida útil nas mãos de um utilizador. Mas, largado no ambiente, persiste ali entre cem e 500 anos, dependendo dos materiais. Nesse meio tempo, que é uma eternidade em termos ambientais, o material de que é feito vai-se partindo em pedaços cada vez mais pequenos, que contaminam os ecossistemas e invadem a cadeia alimentar. E a cada minuto, há um milhão de sacos de plásticos que estão a ser utilizados em todo o mundo. Não surpreende que 85% de todo o lixo marinho seja feito de plástico.
No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, que esta semana se assinalou, estes são dados que mostram a urgência de alterar padrões de consumo e de utilização de materiais que marcam o dia a dia, um pouco por todo o planeta. Por isso, há diretivas comunitárias que temos de respeitar. E alguma coisa já se foi fazendo, nomeadamente na restauração. Nunca é fácil tomar medidas que alteram hábitos de consumo de muitos anos. Todos estranhámos, e reagimos negativamente, quando nos fizeram pagar por cada saco de transporte de compras. Agora, quem é capaz de ir às compras sem levar os seus próprios sacos reutilizáveis? Tão simples…

EM TEMPO DE CRISE de boas notícias, é bom ter uma para nos animar. O prémio de risco de dívida portuguesa, é medido pelo spread que baixou em junho para 72 pontos-base e continuou a ser o mais baixo no grupo dos 11 países periféricos do euro. O melhor ainda é que as projeções para dezembro apontam para uma descida significativa para menos de 50 pontos-base, o que significará que o prémio de risco ficará abaixo inclusive de quatro economias do ‘centro’: Áustria, Bélgica, Finlândia e França, muito abaixo de Itália, Grécia, Espanha, aqueles que no tempo da troika, com Portugal, eram referidos ofensivamente como grupo PIGS (em inglês, porcos). Uma notícia que é boa para Portugal, com efeitos a longo e médio prazo, mas sem reflexos no imediato da vida dos portugueses. Por isso, para uns será um copo meio vazio, para outros um copo meio cheio, conforme a posição ideológica em que se situe.

05/07/2023
 

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