António Tavares
Editorial
O Dia Internacional da Tolerância é assinalado esta quinta-feira, 16 de novembro. Um dia que é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) com a finalidade de lembrar que ser tolerante implica reconhecer, aceitar e defender os direitos humanos fundamentais, de modo a ser possível viver em comunidade e num ambiente de paz. Ou seja, em causa está a importância dos valores democráticos.
Por razões óbvias este seria um dia que não deveria sequer existir, mas a realidade é bem diferente e a conclusão a que se chega é que faz todo o sentido existir e deve ser recordado não apenas a 16 de novembro, mas todos os dias.
A tolerância é, de resto, algo que está em extinção. Basta olhar para o que se passa no dia a dia, para perceber que tolerância é precisamente aquilo que falta entre as pessoas, claro está com reflexos na vida em comunidade. Uma comunidade que se caracteriza por ser cada vez mais intolerante. Uma terrível falta de tolerância que não afeta apenas pessoas que não se conhecem, mas atinge inclusivamente amigos e familiares, com todo o efeito destrutivo que daí pode resultar.
É também devido à falta de tolerância que a paz dá lugar à guerra, como, infelizmente, se pode constatar com exemplos recentes como a guerra da Ucrânia ou a calamidade que é o conflito que envolve Israel e a Faixa de Gaza.
É caso para dizer que se for necessário e tiver efeitos práticos se crie também o Dia do Bom Senso, para facilitar o regresso da tolerância. Afinal a tolerância é fundamental para se viver em sociedade, se é isso que desejamos.