Edição nº 1818 - 15 de novembro de 2023

Alfredo da Silva Correia
POBRE POVO NAÇÃO VALENTE (DITADO) - CÁ SE FAZEM CÁ SE PAGAM

É um ditado português que muito considero e no caso concreto, pretendo compatibilizar o que estamos a viver com a demissão do nosso 1º Ministro, muito propalada por corrupção, infelizmente, pelos órgãos de comunicação social a nível mundial, com o que aconteceu no meu município, nos anos 2020/ 2021, ao ter sido destruída toda a boa dinâmica que a nossa Câmara Municipal, então, estava a ter, com prémios frequentes, até de nível internacional, interrompida com a destituição irracional do seu presidente de Câmara. Aliás, sobre esta irracionalidade é de salientar que todos os presidentes de Juntas de Freguesia da época, bem a atestaram em comunicado. Posteriormente, a irracionalidade prosseguiu ao não ser aceite pelo seu partido a sua candidatura a novas eleições, apesar de bem saberem que nunca houve qualquer ato de corrupção, como os tribunais até já tinham confirmado.
De qualquer forma, como o meu Município, está a seguir o rumo pelo qual optou, que muitos já julgam como não positivo, pelo que, o que agora pretendo aprofundar é o que está a acontecer com o meu país, ao ter caído recentemente na situação de governo de gestão, por alguns, próximos do 1º Ministro, terem sido presos e ele próprio, ter sido alvo de escutas que mereceram referências ao Ministério Público. Será este esclarecimento positivo ou negativo? São, dúvidas, que se nos têm de pôr pois, com tudo isto, todos sofreremos com a interrupção da governação do país, que já tem uma situação difícil, não só pelo grande endividamento que tem, mas também pela cultura de facilidades instalada, que não prepara para se assumirem dificuldades, quando elas surgem, sendo muito previsível que não estarão longe, se é que muitos já as não estão a sentir.
Para mim ao refletir sobre esta problemática, sem dúvida que sempre tive a leitura de que a cultura promovida pelo governo chegado, em 2015, não indiciava nada de bom, uma vez que a única cultura que resolve os problemas dos povos é a da produção, facilitando-a, e não a da promoção prioritária de princípios de solidariedade que só pode ajudar, desde que se tenha, de facto, produzido. Apesar desta leitura, à época, reconheço, até se conseguiu minimizar as consequências da promoção no povo português de uma cultura muito errada, por termos então vivido envolventes socioeconómicas, a nível mundial, muito benéficas, o que conduziu a que até tenhamos melhorado o nosso nível de vida. Acontece que a economia, também a nível mundial, vive em ciclos e a seguir a um bom, como o referido, aproxima-se agora um muito mau, com a produção a dar sinais de forte abrandamento, a taxa de juro a crescer de uma forma muito preocupante e a taxa de inflação também a oscilar de forma a afetar o nível de vida dos povos. E é nestas envolventes desfavoráveis, que acontece que o nosso 1º Ministro de demite, por um dito do Ministério Público de muito pouco significado, do que tiro a leitura que está a fugir das dificuldades que sabe vão chegar, passando-as a outros, quando o dito do Ministério Público não tem grande significado. Aliás, sobre este aspeto sei do que falo pois, já em tempos, também fui constituído arguido por proposta do Ministério Público, acusando-me do contrário das minhas afirmações a um seu técnico, sem apresentação de qualquer indício do que afirmara era falso, gerando muita injustiça e, sobretudo, muito trabalho improdutivo nos tribunais que tiveram de absolver todos os arguidos de tal processo, como não podia deixar de ser.
Acontece que a demissão de um 1º Ministro e a queda do governo, gerando novas eleições, vai ter muitas influências negativas no nosso desenvolvimento económico, pela insegurança que sempre se cria e por medidas, algumas delas em curso, que deveriam ser tomadas, terem de ser adiadas. O Estado, por exemplo, ao entrar na situação de governo de gestão, vai deixar de ter a dinâmica que precisava de ter, para fazer face às enormes dificuldades que se aproximam, até porque beneficiava do facto de ter uma maioria absoluta. Aliás, julgo que o aproveitamento do 1º Ministro de um dito do Ministério Público, para se demitir, tem também a ver com a consciência que tem, do mau funcionamento do funcionalismo público, que resulta da cultura de facilidades por si instalada, sabendo que não tem condições para fazer o que tem de ser feito, para o por a funcionar de uma forma racional. Para esta leitura, tenhamos em consideração que antes da troika o nosso país tinha cerca de 700.000 funcionários públicos para, depois dela, ter apenas cerca de 650.000 e agora já ter quase cerca de 750.000. Este facto é, sobretudo, muito grave pelo seu muito mau funcionamento por todos sentido e também por se divulgar a leitura de que todos os seus serviços continuam a ter falta de pessoal, o que não se compreende, até pelo desenvolvimento das novas tecnologias que, quando devidamente aproveitadas, permitem até a sua redução.
Perante o referido que resulta da errada cultura que o 1º Ministro demitido instalou nas nossas comunidades e também pelas difíceis envolventes socioeconómicas internacionais que se aproximam, não fico admirado que tenha aproveitado uma frase publicada pelo Ministério Público, com pouco sentido, para se demitir, para depois surgir como um herói por tais referências não terem grande significado. Para mim o que seria lógico nesta situação era o Presidente da Republica não aceitar a demissão do 1º Ministro, pelo menos até que se não aprofundasse o referido pelo Ministério Público, levando-o a substituir todos aqueles seus adjuntos que efetivamente foram apanhados em ilícitos reais, para não se ter de sofrer a interrupção da governação, indo para eleições numa fase difícil, das quais possivelmente não sairá uma governação fácil, por ser difícil conseguir-se uma maioria absoluta. Enfim, é verdade que são leituras, que podem ou não ter algum fundamento. Mas, como acredito no ditado atrás referido, espero que tudo se esclareça devidamente, também neste sentido. Vamos ver para o que estaremos guardados com a situação criada no nosso país e, sobretudo, com a forte deterioração das envolventes socioeconómicas internacionais.

15/11/2023
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
30/05
Baião d’OxigénioCentro Cultural Raiano, Idanha-a-Nova
30/05
RumiaCine-Teatro Avenida, Castelo Branco
31/05
Feira Despacha BagagemPraça 25 de Abril, Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video