AGENDA DO TURISMO PARA O INTERIOR
Castelo Branco e Ródão assinam contratos da linha de financiamento +Interior Turismo
A Adega 23, nas Sarnadas de Ródão, no Concelho de Vila Velha de Ródão, foi o palco para a assinatura de 12 contratos da linha de financiamento +Interior Turismo, que envolvem um investimento de seis milhões de euros, apoiados no âmbito da Agenda do Turismo para o Interior
Recorde-se que as prioridades da Agenda do Turismo para o Interior, que tem uma dotação orçamental de 200 milhões de euros, tem como objetivo valorizar o território, investir nas empresas, qualificar os profissionais e projetar o Interior e a sua oferta.
O financiamento aos 12 projetos contratados foi atribuído através da Linha + Interior Turismo, gerida pelo Turismo de Portugal, e encontram-se localizados nos municípios de Alandroal, Ferreira do Zêzere, São Pedro do Sul, Castanheira de Pera, Vila Nova de Cerveira, Vila Velha de Ródão, Loulé, Vinhais, Vila Flor, Mesão Frio e Castelo Branco, assim como na região da Beira Interior.
Os 12 projetos traduzem-se no desenvolvimento de diversos produtos turísticos, como é o caso do turismo literário, turismo de natureza, turismo ativo, turismo de bem-estar e enoturismo, promovendo, ao mesmo tempo, o património, a cultura e os costumes locais.
Na cerimónia, o presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, destacou a importância de “projetos que marquem a diferença, que atraem investimento” e considerou que “é determinante que haja investimentos públicos que deem impulso aos investimentos privados”.
Por seu lado, o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, depois de afirmar que “este é um dia importante, com a assinatura de 12 contratos”, realçou que “o Turismo de Portugal pretende continuar a apoiar projetos que contribuam para o desenvolvimento turístico sustentável dos territórios do Interior e que potenciam novas estratégias de valorização dos respetivos recursos, gerando maiores níveis de atratividade turística”.
Carlos Abade também recordou que os contratos agora assinados “se somam aos seis celebrados há pouco tempo (27 de novembro), em Castelo Branco”, numa cerimónia realizada na Câmara, para realçar que “o total de investimento ascende a 11 milhões de euros”, somando os cinco milhões do primeiro pacote de contratos aos seis milhões dos que agora foram assinados.
Perante isto, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, afirmou que “não podemos só falar. Temos que fazer pelo Interior e é isso a Agenda do Turismo para o Interior”, com o objetivo de caminhar para a coesão territorial, na qual o turismo pode ter um papel essencial”.
No que se refere aos 12 contratos agora assinados, três envolvem o Distrito de castelo Branco.
Pela Câmara de Castelo Branco foi assinado o contrato respeitante ao Centro de Interpretação Mestre Templário Pedro Álvares Alvito.
O presidente da autarquia, Leopoldo Rodrigues, tal como já havia adiantado na anterior assinatura de contratos, em 27 de novembro do ano passado, afirmou que está em causa a Igreja de Santa Maria do Castelo, que foi dessacralizada para acolher o centro de interpretação. Assim, o projeto compreende a “reabilitação da Igreja, funcionalizando-a”.
Leopoldo Rodrigues recordou que “os Templários tiveram uma presença forte nesta região. Uma presença curta, mas que deixou marcas”, para mais à frente avançar que “como aconteceu em muitos castelos do País, também em Castelo Branco se deixou de valorizar o Castelo e muitas pedras foram retiradas do castelo e utilizadas na construção civil”.
No entanto, entretanto, “surgiu o interesse dos turistas em relação às temáticas templárias, ao templarismo e este é um bom tema para requalificar a Igreja, para acolher o centro de interpretação, que terá uma presença física de objetos, mas também uma forte componente tecnológica, com viagens ao passado”.
Já em Vila Velha de Ródão, o contrato assinado respeita ao Lagar de Varas do Enxarrique, com a requalificação do percurso expositivo e o tratamento e restauro de peças, mas também novos conteúdos, com novas tecnologias, para ser mais apelativo e com uma nova imagem. Inclui também a construção de raiz de um edifício de receção, de um passadiço e de um elevador panorâmico.
Um terceiro contrato é do Wine Villages, da Comissão Vitivinícola da Beira Interior (CVBI), tratando-se de um projeto que envolve três entidades, que são a CVBI, a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) e a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB).
Neste projeto, que envolve os 20 municípios da CVBI, o objetivo é estruturar a qualificação da oferta turística do território, com a finalidade de “mobilizar o setor do enoturismo; capacitar as pessoas, os operadores; criar centros de receção nos 20 municípios; dinamizar o concurso de gastronomia e vinhos Beira Interior Gourmet; criar algumas experiências, por exemplo, ser padrinho de umas videiras, para criar ligação ao território; criar uma plataforma digital e potenciar o comércio on-line”.
António Tavares