Edição nº 1872 - 4 de dezembro de 2024

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

A SEMANA PASSADA fomos alertados à hora de abertura dos telejornais, para uma declaração ao País do senhor Primeiro-Ministro, Luís Montenegro. Com toda a pompa e circunstância, ladeado pela ministra da Administração Interna, a ministra da Justiça, as chefias da PSP, GNR, PJ e Sistema de Segurança Interna. No mínimo pode-se considerar como lamentável esta iniciativa de eficácia duvidosa do primeiro-ministro, que deixou desconforto mesmo em muitos militantes, fez nascer um coro de críticas unânimes entre os opositores e foi duramente criticada nos media e entre a generalidade dos comentadores. Qualquer português que é confrontado com este cenário pensará logo que alguma coisa grave aconteceu ou que alguma coisa importante vai ser anunciada. Sobre a eficácia, parece que o objetivo era dar resposta à propalada perceção de insegurança que reina em Portugal. Mas os mais desconfiados hão de pensar que se me vêm dizer (por várias vezes) que somos um dos países mais seguros do mundo e ao mesmo tempo vêm anunciar com solenidade e dramatismo operações policiais em tantos bairros, periféricos e até centrais, da capital será porque a segurança não é tanta como se diz…
O anúncio sobre o resultado (nada de muito grave foi encontrado) das operações policiais mandadas executar pelo governo seria crucial ser feito pelo primeiro-ministro? O anúncio da aquisição de viaturas para as forças de segurança (um ato normal de administração pública) justifica a convocação de tantas individualidades? Sabemos que a razão de toda esta operação, com discursos securitários, tem a ver com o querer retirar bandeiras ao Chega. Veremos se essa pretensão tem êxito. Como escrevia alguém, o que acontece é que a imitação é sempre pior que o original.
Se na criminalidade, nos parece exagerado o carimbo da perceção de insegurança, justifica-se claramente na questão da segurança rodoviária e dos peões. A frequência com que em Castelo Branco acontecem atropelamentos graves em passadeiras, nomeadamente de idosos é grave. Cria insegurança.
Ainda ontem, uma senhora, numa avenida da cidade, ia sendo atropelada numa passadeira por um veículo em excesso de velocidade. Mal refeita do susto, atreveu-se a continuar o atravessamento, quando um outro veículo, talvez em despique com o primeiro, só não a atropelou porque teve o instinto de se lançar para trás. De umas nódoas negras da queda e de um valente susto não se livrou. Circular nas rotundas é uma aventura. A circular como mandam as regras na faixa interior, apanho com buzinadelas e gestos feios. Ainda ontem, nos limítrofes da cidade, na ultrapassagem de um veículo, tenho outro apressado condutor a fazer-me em simultâneo a ultrapassagem, usando a faixa de segurança. Refiro estes casos porque aconteceram em dois únicos dias. Demasiados condutores a extravasar frustrações e a criar insegurança. Que não é perceção, é real. Sugiro à autarquia que, perante este retrato, pense urgentemente numa campanha de prevenção de atropelamentos. Apesar de todo o investimento que já foi feito na segurança de peões, esta campanha seria muito útil.

04/12/2024
 

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