Encontro da TRIURBIR promove cooperação e oportunidades de negócio
O Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Banco (CCCCB) foi palco, dia 26 de novembro, do Congresso Hispano-Português Inovação, Alianças e Oportunidades, organizado pelo Triângulo Urbano Ibérico-Raiano (TRIURBIR) que, recorde-se, é constituído pelos municípios de Castelo Branco e Portalegre, de Portugal, e Cáceres e Plasencia, de Espanha.
O encontro, direcionado para empresários, empreendedores, consultores e representantes de instituições e/ou entidades públicas das quatro regiões, proporcionou momentos de partilha, de networking e reuniões de negócios, tendo como principais objetivos a criação de sinergias, a troca de experiências, a descoberta de novas oportunidades de negócio além-fronteiras, a articulação de redes empresariais e de cooperação institucional.
O ex-presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão, procedeu à sessão de abertura, seguindo-se a intervenção do atual presidente da autarquia Albicastrense, Leopoldo Rodrigues, que realçou que “o TRIURBIR tem um papel relevante, nomeadamente com a atribuição de investimento e apoio”, destacando a importância da economia nos territórios e o empreendimento estratégico.
Leopoldo Rodrigues considera que o território da Raia “oferece oportunidades que devem ser maximizadas, com relações mais estreitas entre os municípios”, bem como que “as câmaras municipais têm um papel importante na aquisição de infraestruturas, na dinamização do tecido empresarial, na criação de oportunidades e na abertura de portas para a melhoria das relações”. O que o leva a defender que “é fundamental que os quatro municípios sejam “unidos, coesos e proativos”.
Refira-se que nos últimos anos, o TRIURBIR tem realizado vários debates e reuniões, sendo que um dos objetivos que tem unido os quatro municípios é a ligação Lisboa-Madrid através de autoestrada, com Leopoldo Rodrigues a recordar que “só estando em falta a construção do IC31, que ligará Alcains (A23) a Monfortinho, em Portugal, e o troço desde Monfortinho até Moraleja, do lado de Espanha”, espera que “o Governo Português faça a sua parte, porque o Governo Espanhol fará a parte que lhe diz respeito”.
Este também foi o tema da palestra Infraestruturas para a cooperação: a autoestrada Moraleja-Monfortinho-Castelo Branco, no quadro das relações hispano-portuguesas, com o presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), João Lobo, e do coordenador do Sudoeste Ibérico em Rede, Antonio García Salas.
Focado no Concelho de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues referiu que “temos uma economia diversificada, muito ligada à indústria e aos serviços, nomeadamente nos setores automóvel, do frio, agroalimentar e aeronáutica”.
O Turismo foi também uma das áreas apontadas pelo presidente da Câmara como tendo muitas condições para progredir no âmbito do TRIURBIR, havendo “a hipótese de se fazerem percursos e roteiros onde se possam incluir as cidades do Triângulo Ibérico-Raiano”.
Por seu lado, Joaquim Morão explicou que o TRIURBIR “surgiu para responder a uma necessidade que nós tínhamos, para captar investimento e unir as regiões de fronteira na zona da Raia” e defendeu que “os quatro municípios devem participar conjuntamente em várias iniciativas e manterem-se unidos para fazer mais reivindicações, chamar mais gente e dar passos importantes na captação económica e no desenvolvimento destas terras”.
Joaquim Morão considerou ainda que “temos excelentes condições para andar para a frente e potenciar os equipamentos que foram criados”.
Seguiu-se a palestra Integração Territorial para a Competitividade Empresarial da Raia, com o presidente da Assembleia Geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, Francisco Dezcallar, e do diretor geral da firma Lax Consultores, com sede em Lisboa e Madrid, Jorge Schaffhausen.
Francisco Dezcallar debruçou-se sobre o fomento das relações comerciais entre as empresas, afirmando que a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola é “um portal de apoio às empresas portuguesas e espanholas nos processos de internacionalização”, através da disponibilização de vários serviços, e explicou diversas formas de tentarem obter capital.
Jorge Schaffhausen esclareceu as principais diferenças nos procedimentos em Portugal e Espanha relativos à criação de vários tipos de empresas, às obrigações contabilísticas, fiscais e laborais.
Os trabalhos continuaram com a mesa-redonda Construir Pontes a Partir do Local: Políticas Municipais para o Desenvolvimento Transfronteiriço da Raia, moderada pela presidente da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), Ana Palmeira de Oliveira, e que contou com as intervenções dos presidentes das quatro câmaras, ou seja, Leopoldo Rodrigues, de Castelo Branco; Rui Perestrelo, Portalegre; Rafael Mateos, de Cáceres; e Fernando Pizarro, de Plasencia.
Os autarcas destacaram a resiliência dos empresários e pronunciaram-se sobre medidas para atrair empresas, que são fundamentais para fazer face às diversidades que o território apresenta.
Leopoldo Rodrigues salientou a relevância e a necessidade da zona da Raia reivindicar os mesmos meios que outras zonas litorais ou mais ricas possuem, uma vez que “temos gente empreendedora e determinada e temos produtos ímpares para exportar, por isso, pôr os empresários Portugueses e Espanhóis a falar é muito importante, para criar sinergias e novos negócios, que se traduzem em oportunidades de crescimento para alcançar escalas internacionais” e acrescentou que “temos que ir mais além e mostrar a importância deste território e o seu contributo em diversos domínios na Europa, onde queremos ter um papel ativo e decisivo”.
O congresso contou ainda com a mesa-redonda Experiências que impulsionam o mercado transfronteiriço e a cooperação ibérica, na qual os empresários Portugueses e Espanhóis partilharam experiências profissionais e o que os motivou a vender além-fronteiras.