Federação do Folclore Português distingue grupo albicastrense
Cancioneiro passa a Museu Etnográfico do Concelho de Castelo Branco
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) atribuiu à Associação Cultural e Recreativa Grupo Típico O Cancioneiro de Castelo Branco, a designação o Museu Etnográfico do Concelho de Castelo Branco.
A novidade foi apresentada sábado, pelo próprio presidente do Cancioneiro de Castelo branco, durante a realização de uma conferência de Imprensa, que serviu também para apresentar o programa das comemorações do nono aniversário do Cancioneiro, que decorre sábado, pelas 21 horas, no Cine-Teatro Avenida. Apesar da satisfação com a decisão da CCDRC, Adelino Carrilho referiu que a Associação tem centenas de peças encaixotadas, porque a atual sede não tem condições para ter os materiais expostos. “Os únicos originais estão ao fundo das escadas. São um casal de noivos de Sarzedas. Os trajes estão a desfazer-se e a perder a cor e temos que os tirar dali. Isto obedece a um certo clima e tipo de luz. Daí não termos mais peças em exposição”, refere.
Adelino Carrilho disse ainda que o Cancioneiro acabou de concorrer ao CEI-Património, uma medida que implica a realização por parte de desempregados, de atividades socialmente necessárias nas áreas da conservação e manutenção de património cultural no âmbito do programa Ativo. “O programa foi aceite e está à espera de ser cabimentado nos serviços centrais para termos aqui uma pessoa a catalogar, restaurar e a atender as pessoas, de modo a que este espaço se mantenha aberto o máximo de tempo possível”.
Em relação ao futuro e às instalações da Associação, o presidente do Cancioneiro refere que o ex-presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão, prometeu, em novembro de 2007, instalações à Associação, “instalações essas que até hoje se limitaram ao pagamento da renda desta casa. Já fizemos ver que estamos aqui a guardar valores elevadíssimos que traduzidos em dinheiro para o Cancioneiro seria uma mais-valia para que não andássemos sempre a contar os tostões. Muitas vezes chego a por dinheiro do meu bolso para pagar a água e a luz”, diz Adelino Carrilho, que está, no entanto, confiante que o atual presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, resolva a situação em tempo oportuno.
Contudo, o presidente do Cancioneiro sublinha que neste momento têm peças que correm o risco de se perder irremediavelmente, caso a situação das instalações não seja resolvida. “Temos um manancial de coisas que deviam estar expostas num espaço próprio”, refere.
Aniversário
no Cine-Teatro
Mas, além desta atribuição por parte da CCDRC, Adelino Carrilho viu também o trabalho desenvolvido pelo Cancioneiro de Castelo Branco ser reconhecido pela Federação do Folclore Português, sublinhando que o grupo “representa bem a realidade etno-folclórica da região que retrata, integrando a categoria de sócio efetivo desta instituição”, lê-se no Certificado do Processo Avaliativo 2012 que foi entregue ao Cancioneiro de Castelo Branco. Em relação às comemorações do aniversário que decorrem sábado, Adelino Carrilho explicou que desta vez, o grupo vai apresentar um espetáculo diferente daquilo que é hábito.
Sob o lema Quadras Danças e Outras lembranças – Espetáculo Etnográfico, O quotidiano de um Povo, o programa inclui duas partes distintas. Uma primeira em que o grupo atuará em traje de trabalho e onde será focada a vida das 25 freguesias do Concelho de Castelo Branco. É que, Adelino Carrilho faz questão de sublinhar que apesar das alterações administrativas efetuadas, “para nós serão sempre as 25 freguesias que nos orgulhamos de defender e em preservar a sua etnografia local”, disse.
Posteriormente, e para dar tempo ao grupo para mudar de vestuário, irá haver uma atuação de José Freixo e o Donaltin, seguindo-se depois a segunda parte de atuação do Cancioneiro, já com os seus elementos trajados com roupas de festa ou roupas domingueiras.
CC