Váatão estreia peça de teatro a 14 de novembro no Cine-Teatro Avenida
A vida de uma jovem deficiente é tema central
O Váatão – Teatro de Castelo Branco apresentou, segunda-feira, em conferência de Imprensa, um projeto interdisciplinar intitulado Rodas que o Amor empurra, desenvolvido numa vertente de solidariedade social e cultural, composto por um documentário, a publicação de uma peça de teatro em livro e a sua encenação que será estreada no próximo dia 14 de novembro, pelas 21 horas, no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco.
Este projeto resulta da vida e das vivências de uma jovem albicastrense, portadora de deficiência motora (encontra-se numa cadeira de rodas), que após conversas mantidas com a atual presidente da Junta de Freguesia de Alcains, Cristina Granada, acabou por ser apresentada ao presidente da direção do Váatão.
A partir desse momento, a jovem, Sandra Nabais e Lopes Marcelo mantiveram o contacto e estabeleceram laços que culminaram com o diretor do Váatão a escrever uma peça de teatro sobre o testemunho de vida de Sandra Nabais.
Contudo, o projeto vai mais longe e além da peça propriamente dita que conta a história de vida da jovem albicastrense, dos seus sonhos, anseios, dificuldades e lutas, inclui ainda um documentário realizado pela Castelo Branco TV e a publicação em livro da peça de teatro.
Lopes Marcelo refere que o projeto que a própria Sandra Nabais tinha, bem como a sua postura, “que me confrontou com o desafio, com muita energia positiva” e a capacidade de formular ideias e não ficar “numa concha limitada pela incapacidade física e pelo azar que a colocaram na cadeira de rodas, mexeu connosco. Tive um diálogo muito aberto com a Sandra Nabais, um diálogo de amigos. Desse contexto afetuoso e desinibido, sem qualquer preconceito, de igual para igual, entre duas pessoas que partilharam tudo, a forma de ver a vida”, resultou a escrita da peça de teatro e a sua publicação.
Desta ideia de Sandra Nabais que quis viver através de outros, o culminar do casamento, Lopes Marcelo refere que “com o nosso trabalho conjunto passou-se ao texto que originou a peça de teatro”.
O diretor do Váatão diz também que a peça de teatro existe derivada e gerada neste projeto, mas como produto cultural é autónoma.
“Contudo, decidimos em conjunto que o início do espetáculo é iniciado com um documentário na primeira pessoa”, refere Lopes Marcelo.
O livro vai ser disponibilizado com um custo de dois euros e os bilhetes para a peça de teatro custam três euros. É nesse sentido que a coerência do projeto solidário do Váatão se assume e se assumirá no futuro, sublinha Lopes Marcelo, acrescentando que “tudo foi feito na perspetiva de transportar esta mensagem com o nosso cunho solidário para a sociedade”.
O diretor do Váatão refere que se trata de um projeto “muito especial” que nasceu pelo gesto e alma solidária de outras pessoas, antes de chegar ao Váatão.
O projeto nasceu de uma forma muito afetuosa e muito solidária”.
Por seu turno, Cristina Granada refere que o que nasceu acima de tudo foi em primeiro lugar uma amizade entre ela e Sandra Nabais.
“Para mim tem sido um prazer e um gosto ver a Sandra dentro deste projeto e se me liguei ao projeto foi porque a Sandra pediu-me para lhe dar a mão e perguntar a quem e foi assim que tudo nasceu”.