4 de maio de 2016

PLANO OPERACIONAL DISTRITAL DO DISPOSITIVO ESPECIAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS APRESENTADO
Os fogos que se cuidem

O Distrito de Castelo Branco vai contar, na Fase Charlie, que decorre de 1 de julho a 30 de setembro, com 176 equipas, que integram 757 operacionais e 182 veículos, sendo que o dispositivo aéreo consiste em três helicópteros bombardeiros ligeiros estacionados nos centros de meios aéreos de Castelo Branco, Covilhã e Proença-a-Nova, havendo a considerar que neste último caso, na Pista das Moitas, também estarão dois aviões bombardeiros médios.
Os dados foram avançados na passada quarta-feira, dia 27, pelo comandante operacional distrital de Castelo Branco (CODIS) da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Esteves, no decorrer da apresentação do Plano Operacional Distrital (PLANOP) do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF).
Dispositivo que este ano apresenta uma novidade, uma vez que, como adiantou Rui Esteves, vão estar no terreno, pela primeira vez, oito equipas de resposta e avaliação da situação, as quais “dirão qual é a melhor resposta para qualquer circunstância”.
É com estes meios que Rui Esteves tem como objetivo manter os bons resultados alcançados nos últimos anos, fruto de uma intervenção “musculada, rápida e organizada”. É que apesar de um problema consistir no número de ocorrências, com muitas ignições, de acordo com Rui Esteves “a partir de 2006 registou-se um decréscimo acentuado, pois reduzimos o número de ocorrências”.
Tudo isto com outro aspeto relevante, destacado pelo comandante, ao referir que no ano passado, “foram utilizadas 55 máquinas de rastos”, fazendo com que Castelo Branco tenha sido o distrito com “maior número de máquinas utilizadas”, mas isso teve reflexos, a partir do momento que “também fomos o único distrito que não teve nenhum reacendimento”.
Rui Esteves, no início da apresentação, realçou que para a preparação de tudo isto “iniciamos o trabalho a 16 de outubro do ano passado”, porque “não há espaço para improviso”, destacando também a importância de “aprender com o que fizemos no passado e corrigir o que tem de ser corrigido, para melhorar”.
Valorizou também o facto de no Distrito este ser um “plano de envolvência total”, porque “reunimos com todos os municípios”, apresentando ainda o planeamento como “adequado, ajustado e envolvente”, a partir do momento que engloba A ANPC, corpos de bombeiros, câmaras, juntas de freguesia, Guarda Nacional Republicana (GNR), Polícia de Segurança Pública (PSP), Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), forças armadas, sapadores florestais, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Afocelca, Polícia Judiciária (PJ) e entidades públicas e privadas.

Os problemas
da floresta
Rui Esteves afirma que “salvaguardar a floresta é um fator de desígnio nacional”, para apontar, de seguida, alguns obstáculos, como “o êxodo rural”, admitindo que “quanto a esta circunstância não há forma de dar volta ao texto”, garantindo, no entanto, que “estamos atentos, intervenientes e acompanhamos estes processo”.
Relacionado com esta matéria referiu que “cada vez mais temos um aumento de combustível na floresta e, daí, termos incêndios com caráter mais eruptivo”.
Afirmou que também “as condições meteorológicas são um facto consumado, onde o ser humano não tem intervenção direta”, para mais à frente apontar o dedo ao facto de “continuarmos a ter promiscuidade entre o que é zona florestal e o que é zona urbana”.
Entre outros pontos referiu que também “a carta de uso dos solos precisa de ser atualizada”, ao mesmo tempo que voltou a denunciar que “o ordenamento, a compartimentação é um trabalho que não está feito”.
Tal como já destacou noutras ocasiões, Rui Esteves reafirmou que no respeitante a incêndios florestais “98 por cento das causas têm a ver com o comportamento humano. Só dois por cento tem causas naturais” e, daí, a sensibilização das pessoas para uma cultura de prevenção ser importante e imprescindível.
Para Rui Esteves, que considera a segurança um pilar fundamental, não só para pessoas e bens, mas também para quem combate os incêndios florestais, é também “urgente” inverter a pirâmide da cultura de segurança fazendo com que a base não seja o combate aos incêndios florestais, mas sim a sua prevenção.

Trabalho desenvolvido
no Distrito elogiado
Na apresentação, que contou com a presença do presidente da ANPC, Francisco Grave Pereira, e do comandante operacional nacional da ANPC, José Manuel Moura, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, classificou o dispositivo como “importantíssimo para a defesa dos nossos bens e pessoas”, realçando que “em Castelo Branco estamos habituados a ter uma boa resposta deste dispositivo, com muita eficiência”.
Luís Correia afirmou que “há muitas ignições, mas há uma resposta rápida de todos os que intervêm”, destacando depois que a Base de Apoio Logístico (BAL) “é uma infraestrutura ímpar a nível nacional”, convidando por isso o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, também presente na sessão, a visitá-la. E, de caminho, não perdeu a oportunidade de garantir que na área da proteção civil “pretendemos continuar a melhorar as infraestruturas”.
O presidente da Câmara não perdeu também a possibilidade de “agradecer a todos os que se envolvem no dispositivo”, deixando um “reconhecimento ao comandante Rui Esteves” e concluir que “temos plena confiança no trabalho que é feito nesta região”.
Por seu lado, Jorge Gomes, elogiou o trabalho desenvolvido no Distrito de Castelo Branco e realçou que para além do que faz na sua área “Castelo Branco tem capacidade de exportar apoio. E isso é importante. Ter capacidade de ir em ajuda e em solidariedade”.
Jorge Gomes afirmou também que as câmaras “são muito importantes, porque suportam as máquinas de rasto, sustentam as associação humanitárias de bombeiros voluntários e compram, muitas vezes, os carros para os bombeiros”.
Tudo para adiantar que também “é importante trazer para a Proteção Civil as juntas de freguesia”, confessando que “tinha essa ideia, mas aqui isso já acontece, sendo, por isso, um exemplo”.
Quanto ao desafio lançado por Luís Correia aceitou-o, realçando que “quando isso acontecer, não tenha medo de pedir. O não está certo”.
Jorge Gomes anunciou ainda que este ano o Governo vai disponibilizar 10 milhões de euros para renovar o parque de viaturas dos bombeiros, que afirma estar “envelhecido”, ao mesmo tempo que serão também disponibilizados 14 milhões de euros para requalificação de quartéis.
António Tavares

04/05/2016
 

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video