António Tavares
Editorial
Os resquícios do Carnaval começam a desvanecer-se na espuma dos dias, deixando para trás um período de divertimento que começou com o Natal e com a mudança de ano.
Agora, para as igrejas cristãs, como a Católica, a Ortodoxa, a Anglicana ou a Luterana, começa uma época de tristeza e dor, que tem início com a Quarta-feira de Cinzas, dia 14 de fevereiro.
Ao longo dos 40 dias do tempo de Quaresma, que terminam no Domingo de Ramos, oito dia antes do Domingo de Páscoa, que este ano é comemorado a 1 de abril, muitas são as celebrações, principalmente procissões, que vêm de tempos antigos. Um conjunto de tradições de cariz puramente religioso, que se mantém muito vivo no Interior, como é o caso do Distrito de Castelo Branco. Um pouco por todo o Distrito multiplicam-se as manifestações quaresmais, com destaque para algumas, como é o caso dos Mistérios da Páscoa, em Idanha-a-Nova, ou a Quadragésima, no Fundão, que para além da vertente religiosa, já se assumem como verdadeiros cartazes turísticos.
Assim, como noutros casos, se aproveita o melhor que o Interior tem. Assim, também se mantém viva a memória de um povo, ao mesmo tempo que a Região se dá a conhecer, não apenas no País, mas também aos nossos vizinhos peninsulares, pois são muitos os espanhóis que nesta época da Quaresma visitam Portugal atraídos pelas solenidades quaresmais.
Com isso cresce o turismo, com claros reflexos na economia local, o que poderá aliviar a tristeza e a dor, não religiosa, mas real, para quem vive num Interior, nunca é demais recordar, cada vez mais despovoado, em que a resiliência de quem cá vive é uma imagem de marca que, quem sabe, um dia será reconhecida e premiada.