27 de junho de 2018

António Tavares
Editorial

Será que algumas pessoas estão realmente doentes quando vão às consultas dos centros de saúde ou recorrem às urgências hospitalares?
A pergunta, à primeira vista, pode parecer estranha ou mesmo descabida, mas não é bem assim, como o comprova a experiência do dia a dia e a realidade dos factos.
Infelizmente não é raro, muito pelo contrário, que as salas de espera, tanto dos centros de saúde, como das urgências hospitalares, se revelem locais pouco tranquilos, sendo, um muitos casos, espaços onde o barulho se torna insuportável.
E não, na esmagadora maioria dos casos, não é por as pessoas gemerem ou mesmo gritarem de dores. É porque muitas das pessoas que esperam transformam as salas de espera em autênticos locais de cavaqueira, quase como se fossem o café ali da esquina. Mesmo quem não quer é obrigado a ouvir o desfiar da vida de muitas dessas pessoas, ou as habituais conversas de maldizer, que têm sempre um lugar cativo.
E, aí, a pergunta inicial ganha sentido. Essas pessoas estão realmente doentes? Certamente não, porque se assim fosse, naturalmente não fariam tanto barulho, porque o barulho incomoda, mas quando se está doente, incomoda ainda muito mais.
O grave, em tudo isto, é que quem está realmente doente, além de já estar a sofrer, também tem que sofrer com estas pessoas que, diga-se, sem qualquer rodeio, não têm o mínimo de respeito pelos outros e, pelo que tudo indica, na vez de estarem a sobrecarregar o sistema de saúde, com o dinheiro de todos, ao mesmo tempo que o tornam menos eficaz, bem podiam escolher outro local para passarem o tempo.

27/06/2018
 

Outros Artigos

Em Agenda

 12
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
12/07
Livro XI das Confissões de Santo AgostinhoCine-Teatro Avenida, Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video