CDS quer saber origem do problema com a água do Rio Tejo
Os deputados Patrícia Fonseca, Álvaro Castello-Branco e Ilda Araújo Novo, do CDS-PP, questionaram na passada quinta-feira, 23 de agosto, o Governo sobre o alerta da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relativo “ao agravamento da qualidade da água do Rio Tejo”.
Na pergunta dirigida ao ministro do Ambiente, os deputados querem saber “se a tutela tem conhecimento do estado da água do Rio Tejo à entrada em Portugal, nomeadamente na Barragem de Cedillo”, e se “o ministro pode assegurar que a degradação da água do Rio Tejo não se verifica antes de Perais”.
Os deputados questionam “se foram feitas recolhas de amostras nas estações a montante de Fratel e quais os parâmetros de qualidade encontrados nessas estações, e se foram feitas medições abaixo da Barragem de Fratel e como se justifica a falta de caudal acima de Fratel e situação diferente abaixo de Belver”.
Em nota enviada à Comunicação Social, devido “a a não existir o mesmo problema em Espanha”, os deputados questionam “se a origem do problema é apenas o baixo caudal libertado por Espanha ou se se deve também a fontes de poluição no troço português do rio Tejo e, finalmente, que medidas estão a ser tomadas no sentido de clarificar a origem real e solucionar o problema”.
No documento é recordado que a APA, através de um comunicado publicado na sua página de Internet, emitiu a 22 de agosto um “alerta de agravamento da qualidade da água do Rio Tejo”.
No texto, refere-se que, «face ao agravamento da qualidade da água do Rio Tejo, na Albufeira de Fratel, no troço entre Perais e Cais do Arneiro, a Agência Portuguesa do Ambiente, comunicou, hoje, com a Dirección General del Agua, de Espanha, no sentido de serem adotadas medidas de gestão de caudais a montante, na parte espanhola da bacia, que contribuam de forma efetiva para reduzir o risco de degradação da qualidade da água».
E também que, «os valores registados para o parâmetro oxigénio dissolvido têm vindo a decrescer para valores inferiores ao limite mínimo de qualidade (cinco mg/l) potenciando riscos para a subsistência e a sobrevivência da fauna piscícola».
Os centristas referem ainda que a APA afirma ainda que faz o «acompanhamento atento da evolução da qualidade da água ao longo do Rio Tejo, nomeadamente através da monitorização diária e de dados obtidos em tempo real através de sondas automáticas instaladas na Albufeira de Fratel, no troço principal do Rio Tejo».
Tudo, para realçarem que, “no entanto, existem estações de medição antes de Fratel, nas quais se pode e deve também recolher amostras para perceber onde começa o problema do agravamento da qualidade da água do Tejo, sendo também essencial conhecer os parâmetros na Barragem de Cedillo, na fronteira com Espanha”.
Acrescentam que, “aliás, depois do recente plano de ação para o Tejo, a APA aumentou o número de estações de medição, pelo que o CDS-PP não compreende a referência apenas à de Fratel e a total ausência de informação sobre o que se passa com as outras estações, sendo que a APA refere degradação da água no troço entre Perais e Cais do Arneiro”.
Concluem que, “por outro lado, mais abaixo no rio, junto à Albufeira de Belver, a água tem corrido, nos últimos dias, relativamente transparente e com caudal”.