POR RAZÕES AMBIENTAIS
BE opõe-se à construção da Barragem do Alvito
A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE) reunião, dia 7 de abril, aprovando, com uma abstenção, a sua Resolução Política.
No documento é de destacar o ponto sobre as barragens e sobre a Barragem do Alvito, assunto levado pela membro da Mesa e dirigente distrital do BE em Castelo Branco, Cristina Guedes, onde o Bloco se posiciona “claramente contra a construção de qualquer barragem e mais especificamente a do Alvito”.
Nesse ponto da Resolução pode ler-e que “são necessárias novas respostas e a recuperação ecológica para que a natureza se restabeleça e para revertermos o caminho das alterações climáticas. A artificialização dos cursos de água tem trazido vários problemas ao País e ao Mundo com a disponibilidade hídrica reduzida drasticamente e com um aumento brutal das emissões de metano e a eutrofização da água. A estagnação das águas em lagos artificiais combinadas com altas temperaturas implica igualmente uma menor disponibilidade de água para consumo e produção alimentar e uma maior incidência de poluição. A decisão sobre o cancelamento da Barragem de Fridão está iminente e o próprio ministro do Ambiente já reconheceu que esta barragem não trará benefícios energéticos relevantes. Esta barragem deve ser cancelada, por ser um erro ambiental e colocar Amarante em risco. O dever assumido pela EDP da construção desobrigado, sem qualquer lugar a indemnizações. Outras barragens propostas para o País, nomeadamente a Barragem do Alvito proposta para o Rio Tejo, têm sido visibilizadas e apresentadas como etapa seguinte, mas correspondem principalmente aos interesses do agronegócio intensivo, que anseia pela mimetização de modelos de regadio altamente destrutivo para regiões onde a disponibilidade de água é cada vez menor. O Bloco opor-se-á inequivocamente a estas barragens que em nada beneficiam as populações ou a viabilidade dos territórios. O Bloco de Esquerda tem-se batido pela despoluição e regularização de caudais do Tejo. Não esquecemos que, às questões do tratamento de águas e do combate à impunidade das indústrias poluidoras, acresce o perigo nuclear e mantemos a exigência de desmantelamento da Central Nuclear de Almaraz”.