João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
A SOCIEDADE CIVIL espera que, finalmente, o PSD possa agora focar-se naquilo que é mais importante, naquilo por que esperam os portugueses, votantes ou não no partido, que é o de ser membro ativo, crítico e alternativo como principal partido da oposição. Para bem da governação de Portugal é fundamental uma oposição estável e responsável. E parece que é isso que agora Rui Rio garantiu com o resultado das diretas no passado sábado. 53 por cento dos votos dá-lhe uma vitória que não sendo folgada é no entanto a suficiente para poder exigir dos seus adversários internos a paz e lealdade, a quem deverá restar agora um período de espera, cooperante ou não, até que Rio possa passar de novo pelas provas eleitorais. Enquanto os saudosistas de Passos Coelho lambem as feridas e esperam pelo regresso do desejado, Luís Montenegro, que talvez se tenha precipitado no desafio ao líder, já veio dizer que as notícias sobre a sua morte política são manifestamente exageradas. A ver vamos, mas para já o PSD que venceu é um partido responsável e capaz de, num momento de emergência, por os interesses nacionais acima dos interesses partidários.
COMEÇA HOJE, 21 de janeiro e vai até sábado, o Fórum Económico Mundial em Davos na Suíça, nos seus 50 anos de existência e que reunirá cerca de três mil personalidades convidadas, os mais poderosos e influentes do mundo da política e da economia. Num ambiente de algum pessimismo económico a nível global, um dos focos principais nas discussões será o incontornável tema da sustentabilidade e mudanças climáticas, com a exigência de políticas ambientais que mantenham o aquecimento global num limite de um grau e meio, conforme orientações anteriores mas que se têm revelado perigosamente lentas ou ineficazes. Será bonito de ver o entusiasmo e determinação juvenis de Greta Thunberg a cruzar com a pesporrência infantil de Trump que insiste nas graçolas negacionistas das mudanças climáticas. A última, com que se fecha por hoje este espaço, é o conselho tweetado aos nova-iorquinos de que aprendam a usar a esfregona e o balde para enfrentar a mais que certa subida dos oceanos, em alternativa a soluções que ele considera demasiado caras. Assim vai o mundo.