Edição nº 1622 - 22 de janeiro de 2020

João Belém
O QUE É O CRONÓTIPO?

Isto é o que significa servir: melhorar a vida de outra pessoa e,
por sua vez, melhorar o mundo.
Daniel Pink

Cronótipo é a predisposição natural que cada indivíduo tem de sentir picos de energia ou cansaço, de acordo com a hora do dia. (segundo o Instituto Internacional de Melatonina (IIMEL), da Universidade de Granada, em Espanha)
Cientificamente consiste num ciclo fisiológico de aproximadamente 24 horas que ocorre na maioria dos organismos vivos sendo por isso que algumas pessoas são mais ativas durante o dia, e outras, à noite.
A melatonina, que é responsável por administrar essa energia determina em que momento do dia estamos mais despertos e, portanto, somos mais produtivos.
A Cronobiologia é a ciência que estuda os ritmos e os fenómenos físicos e bioquímicos de caráter periódico nos seres vivos. A partir da observação que certas ocorrências biológicas ocorriam de forma constante e cíclica despontou esta ciência no contexto das Ciências
Biológicas. Tem desempenhado um papel fundamental no estudo das características temporais dos organismos, ao dividir a população em três cronótipos básicos: matutinos moderados e extremos, vespertinos moderados e extremos, e intermediário.
Assim segundo Daniel Pink vejamos o seguinte:
1 – O Cronótipo Matutino (atividade semelhante à da cotovia) é constituído por pessoas que são mais ativos nas primeiras horas do dia. Têm o pico da atenção e da produtividade de manha devendo dedicar-se a tarefas analíticas, que requeiram pensamento organizado e sistematizado e à tomada decisão (cerca de 25% da população)
2 – O Cronótipo vespertino (atividade semelhante à coruja) é constituído por pessoas trabalham muito e bem à noite, tendem a ser mais criativas que o normal (cerca de 25% da população).
3 – O Cronótipo intermediário (o terceiro tipo de pássaro, o mais comum, o normal) é constituído por pessoas com um pico matutino de atenção e de produtividade, uma descida nos mesmos aspetos ao longo da tarde e uma nova subida ao fim de tarde e noite (cerca de 50% da população).
No entanto devemos ter em mente que todos passamos por um “vale” – mais ou menos a meio do dia – onde a atenção, energia e humor estão no seu mínimo e podemos proteger-nos tirando algum tempo para uma pausa ou fazendo pausas mais frequentes e deixando as tarefas menos exigentes ou importantes para esse tempo.
Em recente investigação Daniel Pink fala-nos da importância de sincronizarmos o nosso dia a dia com o nosso Cronótipo – o nosso humor e desempenho variam ao longo do dia.
Embora possamos estar dependentes dos horários fixados pelo nosso trabalho ou circunstâncias da nossa vida familiar, por exemplo, podemos sempre ter alguma flexibilidade em como, ou com o que, ocupamos as diferentes partes do dia, tirando mais partido do nosso Cronótipo, e provavelmente sentido menos cansaço e dificuldades em algumas tarefas, adaptando o tipo de trabalho que temos de fazer.
Termino informando que segundo dados recolhidos, em Portugal, o padrão cronotípico analisado em estudantes diz que por mais ativos que estejam durante o dia, chegam para as aulas em condições de organizarem seus estudos com perceção satisfatória para adquirir com sucesso o conteúdo ministrado.

22/01/2020
 

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