Edição nº 1635 - 22 de abril de 2020

GRAÇA FONSECA DEIXA ALERTA AOS AUTARCAS
“Cancelamento de atividades culturais, é um desastre económico e social”

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou, na passada quarta-feira, 15 de abril, na Assembleia da República, no decorrer de uma audição parlamentar, que “o cancelamento de todas as atividades culturais no País, fundamentalmente em territórios mais distantes dos grandes centros urbanos é um desastre económico e social”. Facto que a levou a realçar que a “recomendação” às autarquias vai no sentido do “reagendamento das atividades culturais e não de cancelamento”.
A intervenção de Graça Fonseca pode assim ser vista como um alerta aos autarcas, principalmente do Interior, chamando-lhes a atenção para a importância de manter as atividades culturais, assim que tal seja possível.
A tutelar da pasta da Cultura afirmou que “não tenho dúvidas, independentemente de não sabermos o valor do impacto que a epidemia tem na cultura”, destacando que “é muito difícil nesta fase estimar impactos, nem sequer na economia se consegue, mas á algo que nós sabemos e que concordaremos todos, é que o cancelamento de todas as atividades culturais no País, fundamentalmente em territórios mais distantes dos grandes centros urbanos é um desastre económico e social”.
Sublinhou ainda que “não temos a menor dúvida sobre isso. Para alguns territórios mais do Interior, territórios mais isolados, a economia local tem o fortíssimo contributo das atividades culturais e tem o fortíssimo contributo, por exemplo, ou de um festival, ou de uma bienal, ou de um conjunto de atividades que acontecem com bastante regularidades, já para não falar em tudo o que são os eventos e atividades mais de natureza até local, como as festas, tudo o que tenha a ver com festividades religiosas e culturais, tem um impacto enorme”.
Perante isto Graça Fonseca sublinha que, “portanto, este é, talvez, o momento em que somos mais confrontados que nunca com a importância para a coesão territorial da cultura e é por isso que desde o início me tenho batido e vou continuar a bater para que esta área seja uma área que esteja incluída naquilo que são os programas de relançamento da economia”. Isto, porque considera que “a cultura não só faz parte da economia, é um instrumento muito importante para a coesão territorial e para a coesão social. E acredito mesmo, porque isso está relativamente provado, que assim é, o devolver a confiança às pessoas também passa muito pela cultura”.
Uma matéria sobre a qual a ministra destaca que “há uma coisa que provavelmente todos sabemos. É que quando terminar este Estado de Emergência nós vamos querer sair, nós vamos querer de alguma maneira festejar, nós vamos querer estar na rua”, para avançar que “isso é algo que é muito importante. Ou seja, de um ponto de vista de devolvermos confiança às pessoas, de podermos de alguma maneira apoiar este regresso a alguma normalidade, a cultura tem um papel fundamental e, portanto, quando dizemos que tem um papel fundamental para a coesão, para o desenvolvimento económico, mas também para a dimensão pessoal, para a dimensão social, este acho que é o tempo bom e importante para nós o afirmarmos”.
Por tudo isto, Graça Fonseca, com o foco que “o cancelamento de atividades culturais em todo o País tem um impacto enorme nas economias locais, tem um impacto muito forte, até mesmo na ligação das pessoas e da forma como precisamente trabalhamos numa lógica de coesão territorial e, portanto, temos procurado fazer esse trabalho um bocadinho município a município, através da Associação Nacional de Municípios, não só para procurar perceber os impactos e também procurar, de alguma maneira, sensibilizar as câmaras municipais e os municípios, para poderem manter os seus compromissos”.
Destacou também que “ao longo das semanas fomos percebendo a evolução do todo dos municípios, quer relativamente à questão dos cancelamentos e de manter os compromissos, quer relativamente também aos cancelamentos futuros e tentar, de alguma maneira, que sempre foi a nossa recomendação, que procurassem reagendar e não cancelar”.
António Tavares

22/04/2020
 

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