Edição nº 1646 - 8 de julho de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

O QUE SE TEMIA ACONTECEU. O governo inglês colocou Portugal na lista de países pouco seguros no que respeita à contaminação pelo COVID-19, o que implica quarentena a todo o passageiro que regresse de Portugal e esta medida incompreensível e mesmo hostil terá, já tem, consequências arrasadoras no turismo, principalmente no Algarve. Os muitos milhares de ingleses que habitualmente ocupam em boa parte os hotéis da região vão procurar outras paragens consideradas mais seguras pelas autoridades  inglesas. Que são os tradicionais rivais do turismo português na cooptação de clientes, como são Espanha, Itália e Grécia. A decisão tem como suporte os números  que dão a Portugal um terceiro lugar no número de infetados por cada cem mil habitantes. Mas este não deveria ser o único critério, não deveria ser o critério assumido por um país que é claramente mais afetado em número de mortes e número de infetados do que o país colocado na lista negra. Foi uma decisão já esperada, somos um país sem grandes armas económicas para responder na mesma moeda, mas no mínimo e se diplomacia e o lobby não funcionarem, fazendo reverter a decisão na próxima revisão ainda este mês, deveríamos então colocar os viajantes do Reino Unido ao nível dos originários dos Estados Unidos ou do Brasil. Mas é um facto que não é só em Portugal que acontece  o recrudescimento da pandemia. Aqui, com a região de Lisboa a contribuir com oitenta por cento de infetados, temos principalmente focos de COVID em lares de idosos, de norte a sul, e como resultado de convívios sociais imprudentes. Também em vários países europeus, na altura em que se abrem fronteiras, se verificam focos de contaminação, como acontece na região da Catalunha e Galiza por exemplo. E também em todo o mundo, na Índia, na Austrália e, claro, na América do Norte e do Sul. O retrocesso poderá ser dramático, o retorno ao confinamento terá efeitos calamitosos, sociais e económicos (a Comissão já prevê uma recessão de muito perto de dez por cento para Portugal) num ambiente de cada vez maior pessimismo e com a agravante de todos os dias se falar de novos vírus, também efeito da maior atenção informativa sobre estes temas. Tempos difíceis que fazem adivinhar um longo caminho até ao regresso à normalidade que habitávamos antes da pandemia.

08/07/2020
 

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