António Tavares
Editorial
O Conselho de Ministros aprovou a redução do preço das portagens em ex-SCUT e autoestradas do Interior, a partir do dia 1 de janeiro. Uma redução de preços que contempla a Autoestrada da Beira Interior (A23), que atravessa o Distrito de Castelo Branco. Uma via que é fundamental em termos de acessibilidades e de desenvolvimento económico e que teve a sua origem como autoestrada sem custos para o utilizador (SCUT), ou seja, não se pagava. Mas esse foi Sol de pouca dura, uma vez que acabou por ser implementado o pagamento de portagens, por sinal, das mais elevadas do País.
Por tudo isto, nos últimos anos, a luta de toda a Região tem sido pelo retorno ao ponto inicial, sem pagamentos, porque se se afirma que há que dar condições ao Interior para se desenvolver e para não ser vítima do drama da desertificação, é preciso mais do que palavras. São necessárias ações concretas.
Chegam agora estes descontos que, obviamente, sabem a pouco ou quase nada. Desde logo, porque obrigam a que quem queira usufruir deles a instalar um identificador eletrónico. Depois, porque para a esmagadora maioria das pessoas o desconto não vai além de uns 25 por cento, desde o oitavo dia.
Além disso é discriminatório, porque quem utiliza pouco a A23 continua a pagar como até aqui.
Pois é, já vai sendo tempo de tomar medidas concretas, dignas dessa definição.
Voltem SCUT que estão perdoadas.