POESIA DE ANTÓNIO SALVADO
Prémio tem quase 1.300 inscrições
A Junta de Freguesia de Castelo Branco divulga, no próximo sábado, 30 de janeiro, os finalistas da segunda edição do Prémio Internacional de Poesia António Salvado - Cidade de Castelo Branco.
Recorde-se que o Prémio, organizado pela Junta com o apoio da Câmara de Castelo Branco, foi criado em 2019, sendo que na edição inaugural contou com 500 participantes. Número que foi largamente ultrapassado nesta edição que, como adianta o presidente da autarquia, Leopoldo Rodrigues, contou com 1.259 inscrições, pelo que, “devido à quantidade de poemários apresentados, a apresentação dos finalistas, inicialmente agendada para dia 16 de janeiro deslizou para dia 30”, de modo a permitir a leitura de todos os trabalhos apresentados.
Leopoldo Rodrigues revela que nesta edição do Prémio, no que respeita aos países dos participantes, logo após Portugal e Espanha, no terceiro lugar surge o Brasil, “o que é uma novidade” que, adianta, “resulta da divulgação, pois apostamos muito na divulgação na América Latina e no Brasil, o que deu resultados”.
E desta novidade resulta outra, uma vez que ao contrário da primeira edição, nos poemários apresentados o Português surge em primeiro lugar.
Depois de serem conhecidos os finalistas, os vencedores serão conhecidos dia 20 de fevereiro, com Leopoldo Rodrigues a adiantar que a exemplo da primeira edição, os prémios serão entregues no encerramento do Roiz – Encontro de Música e Poesia Luso-Hispano-Americano. Recorde-se que o Roiz, organizado pela Junta e pela Câmara de Castelo Branco, teve a sua primeira edição em outubro de 2019.
Quanto à continuidade do Prémio, Leopoldo Rodrigues, reitera que “é para manter, com periodicidade bianual, até porque se enquadra num projeto da Freguesia, que é a valorização das artes, através do Castelo Branco Cidade das Artes”, sublinhando ainda que “não haverá nenhum prémio como o nosso, que é bilingue, em Português e Espanhol”.
A relação da Junta
com António Salvado
A relação da Junta com o poeta Albicastrense António Salvado, no entanto, não se resume ao Prémio Internacional de Poesia António Salvado - Cidade de Castelo Branco, que se centra “em duas vertentes complementares, um olhar atento e proactivo sobre a realidade cultural local e, simultaneamente, uma aposta decidida na valorização de uma figura que pelo seu percurso de vida e valor da obra realizada tenha adquirido, por mérito próprio, direito ao reconhecimento e à gratidão”. Exemplo disso é que tal como a Gazeta do Interior noticiou, na edição da semana passada, Jardim do Paço, uma obra de António Salvado, que teve a sua primeira edição em 1967, tem agora uma reedição especial, que une a poesia de António Salvado à pintura de José Manuel Castanheira, dois Albicastrenses, nomes grandes da cultura.
Uma reedição de Jardim do Paço que se tornou possível devido ao apoio da Junta de Freguesia. Leopoldo Rodrigues recorda que “houve um primeiro contacto do editor, para saber se havia interesse em apoiar um livro com poemas de António Salvado e pinturas de José Manuel Castanheira. Em reunião do executivo foi decidido que sim”.
Assim, foi editado esta obra, que “vem valorizar o património Albicastrense, o Jardim do Paço. Isto, com dois criadores, António Salvado e José Manuel Castanheira, duas figuras da cultura Albicastrense, juntando a poesia e a pintura”, o que, realça, representa “uma estratégia mais alargada do Castelo Branco Cidade das Artes, no sentido de apoiar e valorizar artista locais e a produção local”.
Leopoldo Rodrigues acrescenta ainda que Jardim do Paço “cumpre inteiramente o que se propunha, a ligação entre a poesia de António Salvado e a pintura de José Manuel Castanheira” e frisa que “é um livro que é um cartão de visita para a cidade e para o Jardim do Paço”.
Numa vertente diferente, mas igualmente cultural, a Junta de Freguesia também “adquiriu uma casa, na Rua D´Ega, onde António Salvado viveu. Uma casa que tem no interior um arco medieval de volta perfeita, que não se podia perder”.
A casa é para “requalificar, para residência artística”, sendo que para o rés do chão está definido um espaço de criação e tertúlia, para artistas residentes, en-quanto o primeiro piso terá três quartos duplos, para a residência artística”.
Residência artística que Leopoldo Rodrigues adianta que “terá uma complementaridade em relação à Fábrica da Criatividade”. Tudo, porque “os artistas relacionados com a Fábrica da Criatividade podem pernoitar na casa e ter ali alguma produtividade”.
Mas há ainda outro objetivo que passa pela “requalificação do património da Zona Histórica de Castelo Branco e dar-lhe vida, porque trará animação”.
António Tavares