João Belém
A POLÍTICA E OS JOVENS
“Quando jovens, aprendemos. Quando velhos, entendemos.”
Albert Einstein
Será que a política é para os jovens?
Respondo com uma frase vulgarmente utilizada, mas que é profundamente verdadeira:
Todos os nossos atos são atos políticos.
Aprender é talvez o primeiro ato político significativo dos nossos alunos.
Por isso, inquestionavelmente a política é também para eles – os jovens.
Ora a escola é um espaço privilegiado de experiências de sociabilização, de partilhas de modos de viver, além das aprendizagens dos conteúdos programáticos. Com efeito conjugando os curricula com os projetos educativos das escolas é sempre possível desenvolver um sem número de atividades que conciliam os objetivos de cada disciplina com toda uma vivência de situações interdisciplinares no sentido de proporcionar ao aluno uma melhor integração no meio social que o envolve.
Para que tudo isso seja orientado de uma maneira favorável ao desenvolvimento equilibrado do indivíduo é fundamental a intervenção do professor, porque educar é, também e obviamente, um ato político que consiste na implementação de um conjunto de princípios e objetivos que futuramente constituirão os alicerces de uma vida cívica ativa.
É desta interação que nasce a realização do professor e a real formação de um aluno responsável, participante, com princípios de honestidade e solidariedade e, portanto, mais rico como ser humano.
Ouvimos diariamente, nos diferentes meios de comunicação social, uma série de promessas políticas, que não chegam sequer a ser cumpridas.
Ora esta desacreditação obviamente contagia os jovens. Muito de nós acreditam que a classe política é necessária, que é importante termos sentido cívico porque só se cada um der um pouco de si conseguimos organizar e tornar possível uma vida criativa e solidária. Neste sentido precisamos de garantir que os jovens tenham esperança e acreditem que só se forem uma parte ativa na sociedade serão uma verdadeira esperança para o nosso futuro.
Os estabelecimentos de ensino poderão e deverão incentivar o debate de ideias e ideologias, sobre temas que quebrem as barreiras e liguem a atualidade aos jovens. As associações de estudantes, deveriam constituir um núcleo de intervenção efetiva nas escolas, pois esta intervenção também é intervenção política. No fundo, os grandes trunfos de consciencialização política deverão passar pelas escolas, pois elas deveriam constituir polos de motivação para o empenho dos nossos jovens nas atividades sociais, contribuindo assim para um maior equilíbrio no futuro.