BLOCO DA ESQUERDA DEFENDE
Obras na Linha do Norte são fundamentais para a Linha da Beira Baixa
A deputada do Bloco de Esquerda (BE) eleita pelo Círculo Eleitoral de Santarém, Fabíola Cardoso, acompanhada por José Ribeiro, da Concelhia de Castelo Branco, e de Cristina Guedes, da Distrital, esteve esta segunda-feira, 1 de março, na Estação dos caminhos de ferro de Castelo Branco, para dar a conhecer o projeto de resolução sobre a Linha da Norte e da sua importância para a Linha da Beira Baixa e para a Região, apresentado por esta força partidária, na Assembleia da República.
Fabíola Cardoso destacou que “o troço entre o Vale de Santarém e o Entroncamento é essencial”, porque “os comboios não chegam aqui se não passarem por aquele troço da Linha do Norte” e explicou que “linha está entalada entre o Rio Tejo e a cidade (Santarém)”, alertando que para a “a verdadeira modernização é necessário mudar a linha de sítio”, ressalvando que “a existente não deixará de existir”.
A deputada do Bloco defende também que “é necessário construir uma nova estação (Santarém), que permita a ligação a outros transportes, como acontece em Castelo Branco”.
Focada nesta matéria Fabíola Cardoso referiu que em relação a esta questão o Partido Social Democrata (PSD) também apresentou um projeto de de resolução “igual ao nosso”, o mesmo acontecendo com o Partido Socialista “mas esquecendo o traçado”.
Tudo isto, para mais à frente recordar que a obra “estava contemplada no Plano Nacional de Investimentos 20 30 (PNI 2030), na primeira versão, mas na segunda versão desapareceu, o que é um erro inaceitável”, porque “é uma obra imprescindível para o Distrito de Santarém, para o Interior e para a ligação à rede internacional de ferrovia. É um projeto estruturante”.
Com este pano de fundo, Cristina Guedes acrescentou que “há muito a melhorar e a pensar na nossa Linha (Linha da Beira Baixa)”, dando como exemplo a “qualidade das carruagens”, ao que acrescenta os “custos (preço dos bilhetes) e os horários”, uma vez que “com horários e preços compatíveis a Linha pode ser utilizada por quem trabalha e poderia ter muito mais utentes”.
A iniciativa contou também com a presença de António Pinto Pires, apresentado como especialista em questões ferroviárias, que começou por afirmar que a Linha da Beira Baixa tem “importância fundamental”, tratando-se de “uma linha centenária, que este ano completa 130 anos e revelou ser uma linha estratégica para o desenvolvimento do Interior”. Por isso defende que há que ter em atenção “a sua operacionalização e a rentabilização, até porque vai ser muito utilizada a nível de operadores de mercadorias”.
Com base nisso adianta que na Linha da Beira Baixa a “zona mais perigosa é a que se localiza junto ao Rio Tejo, devido às barreiras” e defende que a melhor solução para o problema eram “os túneis cegos, que dão outro tipo de segurança”.
António Pinto Pires focou-se também na importância que a Linha da Beira Baixa terá como resultado da concordância da Guarda, uma vez que “descongestiona a Linha do Norte. Por aqui é um grande atalho”, sendo que, por outro lado, “é uma linha que tem um papel estratégico na ligação internacional, nomeadamente a Salamanca”.
Abordou ainda a vertente da exploração turística, colocando a possibilidade de “trazer veículos que do ponto de vista histórico podem operar nesta Linha, ocasionalmente. Uma Linha que tem belíssimas paisagens e a ligação à Zona do Pinhal, sem esquecer a vertente Serra da Estrela”.
António Tavares