Edição nº 1681 - 10 de março de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

POR ESTES DIAS, depois de um período de preparação bastante discreto, aconteceu uma das viagens mais importantes que um Papa já realizou nos últimos anos. Importante por várias razões e difícil pelos muitos entraves que uma viagem papal, a acontecer no atual contexto de pandemia e a um território martirizado, onde a guerra e a violência está sempre tão presente, como no Iraque. Mas nada disso impediu o Papa Francisco, como peregrino da paz e da esperança, de procurar o diálogo entre religiões, mesmo sabendo que aquele o país que ia visitar era terreno tão fértil em confrontos religiosos e radicalismos. Aquilo que parecia difícil, aconteceu no diálogo com o grande aiatolá Al-Sistani. Os dois lideres religiosos acordaram na necessidade de defesa do diálogo inter-religioso e aquele que é considerado a mais alta figura da hierarquia do Islão xiita defendeu também uma solução pacífica para o conflito entre muçulmanos e cristãos, que têm sido perseguidos, em especial quando o Estado Islâmico controlou boa parte do território, resultando que hoje, de cerca de um milhão e meio de cristãos no Iraque há vinte anos, apenas resistam hoje pouco mais de duzentos mil. Para os mais céticos, pouco ou nada vai mudar depois desta visita. Esperemos que isso não aconteça, acreditamos que a presença serena do Papa vai certamente deixar semente de fé e tolerância.
Foi segunda-feira passada o Dia Internacional da Mulher. Ainda uma presença subalterna em algumas sociedades, nomeadamente no mundo árabe, vemos hoje no mundo ocidental as mulheres com uma influência cada vez maior na vida política e no mundo dos negócios. A paridade ainda não é completa e os salários médios continuam a ser mais baixos do que os dos homens. E será necessário mais esforço para dar igual protagonismo no palco da política. Bem se justificou Rui Rio, na apresentação da lista dos candidatos às eleições autárquicas, pelo fato de entre a mais de uma centena de nomes apontados apenas haja três mulheres. Que algo tem de mudar, não temos dúvidas. E a mudança já acontece em países como a Alemanha, a Nova Zelândia, e em muitos dos países nórdicos, governados por mulheres e com resultados bastante positivos. Também na América a eleição de Biden dá sinais de mudança, com a escolha de uma mulher para a vice-presidência, a primeira da história da América. Voltando a Portugal, destacamos a forte presença feminina na linha da frente do combate à pandemia. As mulheres, que até terão sido das mais atingidas pelo confinamento, com maior risco de desemprego, mais stress caseiro com o trabalho e a escola à distância, sem esquecer que os números apontam para um aumento significativo da violência doméstica. E não quero terminar sem referir duas figuras femininas , a ministra Marta Temido e a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas que se mantiveram firmes, na luta tremenda contra o vírus, na defesa da saúde pública e, se tal não bastasse, enfrentando tantas vezes duras críticas, nem sempre justas. Poucos homens gostariam de estar no lugar que elas agora ocupam.

10/03/2021
 

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